O amor cisma no rosto que amanhã ainda esqueço
Entreabro o horizonte por onde as pálpebras se esquecem,
Num estoiro de néon incolor onde o porvir sorve da
Saudade os suspiros que sustêm o capricho, e onde ouso
Repor as palavras e os beijos que falharam à forma.
O tacto ausenta-me qualquer ameaço à razão…
Remordo-me à sonolência profusa que a paixão toma pelos
Contornos do imaginário, e amotino o tempo à extensão
Em que o delito se demora em ecos soltos, onde ouso
Absolver a dor e a mágoa que faltaram à premeditação.
O sono perde-me à mercê de um intento morto…
Sim, o amor cisma no rosto que amanhã ainda esqueço,
E do sonho sempre decresço à saudade do caminho
Outrora assinalado, num retorno que será sempre a sombra
Do que havia passado se agora o percorro sozinho.
Submited by
Miércoles, Diciembre 16, 2009 - 20:26
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 635 reads
jopeman
Add comment
Inicie sesión para enviar comentarios
other contents of jopeman
| Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío |
Idioma | |
|---|---|---|---|---|---|---|
| Poesia/Pensamientos | Violentas Alegrias | 5 | 2.092 | 10/20/2011 - 20:16 | Portuguese | |
| Poesia/Pensamientos | Gostei sobretudo das árvores que davam pássaros | 4 | 1.892 | 10/20/2011 - 20:13 | Portuguese | |
| Poesia/Amor | sei que o amor é coisa de homens | 1 | 1.815 | 10/20/2011 - 20:10 | Portuguese | |
 |
Fotos/Perfil | 1129 | 0 | 3.251 | 11/23/2010 - 23:37 | Portuguese |
 |
Fotos/Perfil | 1127 | 0 | 4.118 | 11/23/2010 - 23:34 | Portuguese |
| Poesia/Pensamientos | Sou Vadio | 4 | 2.116 | 08/30/2010 - 08:57 | Portuguese | |
| Poesia/General | Destino Manifesto | 2 | 2.355 | 08/22/2010 - 21:17 | Portuguese | |
| Poesia/Aforismo | Quietude (Desafio Poético) | 3 | 2.009 | 08/02/2010 - 01:08 | Portuguese | |
| Poesia/Dedicada | Jopeman - O caminho (ao WAF) | 2 | 1.963 | 07/06/2010 - 07:10 | Portuguese | |
| Poesia/Amor | A (quase) eterna leveza dos malmequeres | 1 | 2.474 | 06/24/2010 - 04:05 | Portuguese | |
| Poesia/Pensamientos | A terra é só terra e eu penso nisso vezes demais | 5 | 2.108 | 06/19/2010 - 21:35 | Portuguese | |
| Poesia/Meditación | Portas | 7 | 2.033 | 06/12/2010 - 09:54 | Portuguese | |
| Poesia/Meditación | Que morram todos os sinais | 1 | 2.134 | 06/12/2010 - 09:48 | Portuguese | |
| Poesia/Meditación | Viagem | 2 | 2.420 | 06/12/2010 - 09:41 | Portuguese | |
| Prosas/Contos | Intuições | 5 | 1.960 | 05/17/2010 - 21:01 | Portuguese | |
| Poesia/General | Só tu sabes! | 6 | 1.978 | 05/17/2010 - 21:00 | Portuguese | |
| Poesia/Alegria | Corro | 8 | 2.288 | 05/10/2010 - 14:06 | Portuguese | |
| Poesia/Meditación | As pedras não voam | 11 | 2.355 | 05/02/2010 - 02:15 | Portuguese | |
| Poesia/General | Distâncias | 9 | 1.929 | 04/07/2010 - 19:29 | Portuguese | |
| Poesia/General | Há aquelas coisas de que nunca penso se houver uma porta aberta | 7 | 1.613 | 03/26/2010 - 08:42 | Portuguese | |
| Poesia/Amor | Amor de sol e lua (duo com Analyra) | 6 | 2.431 | 03/23/2010 - 15:00 | Portuguese | |
| Poesia/General | Continuo sentado à varanda | 7 | 3.342 | 03/17/2010 - 20:17 | Portuguese | |
| Poesia/Desilusión | O filho do vento | 13 | 2.296 | 03/15/2010 - 14:56 | Portuguese | |
| Poesia/Meditación | O refúgio de D. Dinis | 1 | 2.556 | 03/05/2010 - 12:08 | Portuguese | |
| Poesia/Amor | A dança dos amantes | 1 | 2.413 | 03/05/2010 - 02:05 | Portuguese |
Comentarios
Re: O amor cisma no rosto que amanhã ainda esqueço
Lindo poema entre o amor e a razão ficas com o sonho da ilusão.
Parabens.
Re: O amor cisma no rosto que amanhã ainda esqueço
João, poeta da alma e do ser...
Inebriante a leitura...
"O tacto ausenta-me qualquer ameaço à razão…"
Salvé, imaginação, fantasia, emoção que tão bem alimenta o talento do poeta...e a saudade...ah...a saudade...
um beijo, poeta.... :-)
Re: O amor cisma no rosto que amanhã ainda esqueço
Poesia forte. Leitura obrigatória e cosntante.
Ótimo poema.
Re: O amor cisma no rosto que amanhã ainda esqueço
Forte, é o que posso dizer deste poema tao lindo, e encantador. um abraço e parabens.
Re: O amor cisma no rosto que amanhã ainda esqueço
Entreabro o horizonte por onde as pálpebras se esquecem...
E quantas vezes nossos olhos esquecem, nossos olhos não guardam, são maus porventura, insinuantes por prazer e cruéis por gosto. Ainda bem que não temos só olhos... as lembranças não deixam escapar, o sentimento não para de tilintar... e você, meu caro, é um poeta que a cada poesia afirma-se como tal.
ÉS FAVORITO.
Anita
Re: O amor cisma no rosto que amanhã ainda esqueço
João,
Lindo poetar sobre a saudade, ainda bem que mesmo entre as sombras temos guardado em nosso diário chamado "lembranças" para voltarmos ao passado e resgatarmos factos por nós vividos, alguns intensos outros descatáveis.
Parabéns pelo poema
Abç
Cecilia :-)
Re: O amor cisma no rosto que amanhã ainda esqueço
Ótimo poema, especialmente quanto à forma.
Grande abraço,
REF
Re: O amor cisma no rosto que amanhã ainda esqueço
És um Poeta talentoso,
que acaricia as palavras como
elas merecem.
Gostei muito!
Beijinho,
Vóny Ferreira
Re: O amor cisma no rosto que amanhã ainda esqueço
Jopeman,
As marcas da saudade descritas de forma explendorosamente poética.
Beijo e Feliz Natal
Re: O amor cisma no rosto que amanhã ainda esqueço
Parabéns Jopeman pelo teu poema.
Um abraço amigo
Ângelo