O ilusionista.

Nasce um frio na barriga
Quando a poesia me seduz
E me induz a transcrevê-la
Em folhas de papel
Para o leitor deleitar-se
Em sinceros versos
Escritos pelo mentiroso poeta.

Mentiroso sim!
Pois não seria poeta
Se fosse sincero a todo tempo,
Sendo que o próprio tempo
Não é verdadeiro comigo.
Se ao escrever só falasse verdades
Seria o escritor mais chato da humanidade,
Pois só os chatos falam verdades
O tempo inteiro.

Não é contradição
Escrever verdades sendo mentiroso
Ou escrever mentiras sendo verdadeiro,
Tais casos são mais do que corriqueiros.
Além de que precisamos mentir
Para sermos ouvidos
Com real clareza.

Não fomos criados para verdades,
Fomos criados para iludir a própria
Ilusão que nos foge da razão
E tragicamente se transforma em realidade.
Concluo então que fomos criados para poetizar,
Pois o poeta é sim, o maior dos ilusionistas.

Sendo assim,
Poetizarei minhas mentiras
E execrarei minhas verdades.
Eis o lema do ilusionista,
E eis o maior lema da humanidade.

Já dizia Fernando Pessoa:

"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente."

http://sentimentocritico.blogspot.com

Submited by

Viernes, Diciembre 25, 2009 - 18:31

Poesia :

Sin votos aún

Brunorico

Imagen de Brunorico
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 9 años 7 semanas
Integró: 03/05/2009
Posts:
Points: 528

Comentarios

Imagen de RobertoEstevesdaFonseca

Re: O ilusionista.

Penso que há momentos em que o poeta finge. Mas em outros momentos, não.
Acho que cabe a quem lê a poesia tentar descobrir.

Um abraço,
REF

Imagen de Brunorico

Re: O ilusionista.

Sim meu caro, entendi e respeito o que quis dizer. De fato em todas as minhas poesias eu coloco a minha verdade, mas quando eu quiser dizer que o poeta mente é que nem sempre tudo é fielmente verdadeiro como ele diz, algumas coisas podem ser aumentadas ou até mesmo inventadas para se incrementar a magia da poesia. Eu por exemplo gosto de escrever poesias como se estivesse no lugar de outras pessoas, gosto de contar histórias que não são as minhas, sendo assim não exponho em algumas poesias a minha verdade, mas sim a verdade ou mentira de outrem.
Basicamente é mais ou menos isso que quis dizer, mas num geral minhas poesias expressam meus reais sentimentos.
Abraço.

Imagen de MarneDulinski

Re: O ilusionista.

LINDO SEU POEMA, MEU CARO AMIGO POETA!

MAS DISCORDO DE VOCÊ, COMO DISCORDO DE NOSSO MESTRE FERNANDO PESSOA, PORQUE PODERÍAMOS COMPARAR POESIAS COM PESSOAS, TEM AS QUE SÃO MENTIROSAS E OUTRAS QUE SÃO POESIAS DA MAIS PURA VERDADE (NÃO FINGIDAS), POR EXEMPLO: FALAR DE AMOR PARA SUA AMADA; FALAR DAS ALEGRIAS DAS CRIANÇAS; FALAR DAS BELEZAS DA NATUREZA; BELEZAS DE UM HINO PÁTRIO; BELEZAS DO MAR; BELEZAS DAS ESTRELAS E POR AI VAI, VERDADES QUE ENCHEM E EMBELEZAM OS POEMAS DO POETA QUE NÃO MENTE, ETC.; AGORA SE O POETA QUER MENTIR, ENFEITAR POEMAS COM MENTIRAS (FINGIMENTOS), PODE, COM PODE QUALQUER PESSOA MENTIR TAMBÉM, MAS NÃO PODEMOS GENERALIZAR QUE O POETA É UM FINGIDOR...
ESTE É O MEU PONTO DE VISTA, EMBORA RESPEITE O PONTO DE VISTO DE OUTROS, EMBORA NÃO ACEITANDO-OS!
COM CARINHO E RESPEITO,
Marne

DESEJOS MEUS, DE UM MARAVILHOSO ANO DE 2010!

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Brunorico

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Fotos/Perfil 1025 0 2.225 11/24/2010 - 00:37 Portuguese
Poesia/Desilusión Sonhos envelhecidos. 0 1.877 11/18/2010 - 16:27 Portuguese
Poesia/Pensamientos Cá entre nós. 0 1.626 11/18/2010 - 16:17 Portuguese
Poesia/General Vidas orquestradas. 0 1.514 11/18/2010 - 16:01 Portuguese
Poesia/General O saudosista 0 1.635 11/17/2010 - 23:41 Portuguese
Poesia/General Misantropo até a morte 0 1.654 11/17/2010 - 23:39 Portuguese
Poesia/General Medo de acordar. 0 1.515 11/17/2010 - 23:39 Portuguese
Poesia/Meditación Sapiência infantil. 0 1.600 11/17/2010 - 23:21 Portuguese
Poesia/Meditación Conselhos de um eremita. 0 1.725 11/17/2010 - 23:20 Portuguese
Poesia/Meditación Um morto perdido no tempo. 2 1.502 09/01/2010 - 01:45 Portuguese
Poesia/Meditación A bagagem da maturidade. 1 1.636 08/14/2010 - 11:03 Portuguese
Poesia/Amor Desregrado e desafinado. 2 1.810 08/12/2010 - 18:14 Portuguese
Poesia/Fantasía Sonho efêmero. 3 1.817 08/05/2010 - 01:29 Portuguese
Poesia/General Mesmo que ninguém me leia. 1 1.804 07/19/2010 - 16:22 Portuguese
Poesia/Desilusión Sinuca. 1 1.578 07/02/2010 - 15:12 Portuguese
Poesia/Desilusión Dónde estás la revolución? 1 1.512 06/21/2010 - 22:37 Portuguese
Poesia/General Subsistência. 2 1.657 06/11/2010 - 04:47 Portuguese
Poesia/Desilusión Onde estão as flores? 1 1.458 06/07/2010 - 21:31 Portuguese
Poesia/Meditación Medíocres virtuosos. 0 1.628 05/29/2010 - 18:47 Portuguese
Poesia/Meditación Palavras vazias. 2 1.753 05/16/2010 - 19:25 Portuguese
Poesia/Tristeza O novo envelheceu. 1 1.670 05/16/2010 - 19:21 Portuguese
Poesia/Meditación Esboço poético desvairado. 1 1.597 05/14/2010 - 21:38 Portuguese
Poesia/Dedicada Apolínea. 0 1.565 05/10/2010 - 01:57 Portuguese
Poesia/General Insanidade visceral. 1 1.592 05/05/2010 - 23:08 Portuguese
Poesia/Meditación Preciso dizer que... 1 1.557 04/26/2010 - 03:06 Portuguese