Pelas trilhas de maio (Viver com Sabedoria)

Com o chão atapetado de folhas,
o vento agitando os galhos,
das árvores no entorno das praças,
ouvindo o gorgeio de pássaros,

Iniciando mais uma caminhada,
em meio ao brando sol de outono,
com a chegada de Maio,
e de gerânios na janela,

As trilhas de maio, como os rios
têm seus doces mistérios,
ora romances, em vestidos de noivas,
ora sentimentos de melancolias,

Andarilho nestes rumos,
de translúcido horizonte,
com a bonança após longos tormentos,
das fortes chuvas de notícia recente,

A passos largos, então:

Diviso, de um lado, a expansão
dos meus sonhos, projetos, desejos
e, de outro lado, a contração
das pulsões contemplativas, reflexivas

Talvez essa onda melancólica
floresça na natureza bucólica
desta estação que produza uma imersão
ao lado dialético de uma pulsão

Esta imersão de vida vem questionar
Qual impulso tomar?
Qua sentido a descobrir?
Qual rumo a perseguir?

Esta pulsão de vida vem apontar
A direção a tomar
O sentido a encontrar
O caminho a alcançar

E, entre imersão e pulsão,
No imerso e no emerso,
Segue o poeta, cada passo vivendo
e com suas contradições debatendo

Pois, a vida não é uma estrada reta,
há muitas curvas, atalhos, sinais.
e, há que se viver de forma intensa,
inda que se páre em cruzamentos de vias...

(afinal, parar, refletir, reavaliar
os passos a dar, os caminhos a tomar
é uma forma de conduzirmos nossa existência
com serenidade, paixão, ética e sabedoria).