Ainda há espetáculo *
Ainda há espetáculo
nos bastidores de meu rosto.
Ainda há resistência
nos músculos apodrecidos de meu corpo.
Ainda há perfume
nos caminhos percorridos em meu rastro.
Ainda há sustentáculo
nos versos escritos na pressa de meu tempo.
Ainda há ardência
nos braços estendidos da mulher de meu gosto.
Ainda há insistência
nos espetáculos de pouca frequência
que esvaziam a platéia e meu rosto.
* Série de Poemas manuscritos nos anos 70, período da ditadura militar no Brasil, por um jovem poeta Anônimo.
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Martes, Junio 1, 2010 - 00:30
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