Vêde tua rede...

Na mesma rede que embalavas teu sono
No mesmo colo que acolheste teu rebento
Sorrateira brisa noturna vem anunciar
O último suspiro de uma quase vida

Esta criança que já não mais balança
Repousa moribunda nos braços maternos
Não mais sofrerá a dor da fome
Não mais temerá a sede da água que some

Nas irrigações das verbas da seca
No caminho até as longínquas cacimbas
De latas d’água na cabeça
Em léguas tiranas.

AjAraújo, o poeta humanista, escrito em 2006,
Inspirado no “Enterro na Rede” da série Os Retirantes de Cândido Portinari.

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Martes, Julio 27, 2010 - 00:58

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AjAraujo

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Esta criança que já não mais

Esta criança que já não mais balança
Repousa moribunda nos braços maternos
Não mais sofrerá a dor da fome
Não mais temerá a sede da água que some

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