Amargas lembranças *
Volta e meia
voltam os fantasmas de lembranças.
Os telhados da casa
que nunca habitei.
sobrevoam em sustos meus descanso.
O azul dos céus
que nunca avistei
cobram em fúria minha cegueira.
O rosto do pai
que nunca beijei
congela ainda mais minhas tristezas.
O riacho tranquilo
em que nunca mergulhei
afoga-me de uma só vez.
O prato completo
que nunca provei
esfomeia-se em minha miséria e fome.
O cavalo branco
em que nunca montei
derruba-me de uma só vez.
Foram-se os dias
que não vivi
e chegam os desastres que nunca chorei.
* Série de Poemas manuscritos nos anos 70, período da ditadura militar no Brasil, por um jovem poeta Anônimo.
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Domingo, Septiembre 19, 2010 - 00:35
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Foram-se os dias que não
Foram-se os dias
que não vivi
e chegam os desastres que nunca chorei.
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