SONHO PRESO NUMA TEIA

Que boleia é esta que me dou numa nuvem
De conforto asperamente rude e tão frio
Trazida pelo vento do destino que não sopra sorte
Sem leme pairado sobre um nada que me confunde
Nos rastos que minha sombra deixa peganhosos
De um passado que escorre borrando as paredes
Erguidas em fumo de fantasmas desequilibrados
Rosnando frustrações que me fazem ver no escuro
O imaginário do quanto já perdi que nunca tive
Ceifando a silhueta da minha alma quase falida
Numa vertigem que manipula o meu sentir
A dor é um corpo de chumbo á deriva
Em lágrimas espessas que ficaram por chorar
Apodrecendo lembradas num coração esquecido
Reconhecidas num aperto que engulo a seco
Pelos arranhões que ferem a esperança pouca
Revolto-me cansado de um nada que foi tudo
Ausente do tempo que nunca foi tempo presente
Por onde vagueia o ser ou não ser da minha questão
Sinto aproximar o sujo do chão ás minhas mãos
Tocando no quão pequeno sou rastejante
Diante dos meus sonhos presos numa teia
Teada a medo pela mão de um tormento
Tornando-me presa fácil de mim predador difícil

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Martes, Abril 22, 2008 - 14:10

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