LIBERTAÇÃO DOS SENTIDOS

Faço-me castigos substituindo as nuvens que escondem a estrela da sorte, ao largo silvestre das minhas palmas, por raios de sol assentes em solas de orelhas moucas, influenciando frases embirrantes que julgam me calar, no diálogo noctívago das corujas agoirentas e então como quem arranca um dente a sangue frio, salto mentiras que me assaltam por cima das farpas da solidão acidentada.
Limo as versões amargas dos meus lábios com a geleia dos meus instintos, fazendo-me rodopiar num vórtice que fura a minha mente martelada por barulhos sem punho, para levantar a moral de um exército caído no suor dos meus pés, que pisam o meu rosto com as notas desafinadas de um piano feito de mel, que apenas os meus sentidos mudos se atrevem a escutar o cheiro deste sobe e desce no poço das certezas.
Sepulto o tédio numa janela de açúcar derretido pelo fascínio dos meus assédios, servindo-me um manual de instruções de gestos comuns que apontam para as cordas de um sino sem badale, ao cimo de uma torre construída de vidro inquebrável que exibe a montra do que não sou paralelo aos sítios onde não quero chegar, desmistificando a libertação dos sentidos sobre um altar de carne onde vagueia a minha alma contente, com o que me dou sem troféus de fumo.
Talvez ficarei sozinho sem mim para não mais me deixar sem pressa de me repor tarde, nos carris em brasa que guiam a minha carruagem de promessas virtuosas, com talento evito resistir a esse eixo de uma avenida de peripécias, que são fortuna no cultivar sementes pelas minhas personalidades.

Submited by

Miércoles, Octubre 1, 2008 - 21:36
Sin votos aún

Henrique

Imagen de Henrique
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 9 años 38 semanas
Integró: 03/07/2008
Posts:
Points: 34815

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Henrique

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Pensamientos DA POESIA 1 8.629 05/26/2020 - 22:50 Portuguese
Videos/Otros Já viram o Pedro abrunhosa sem óculos? Pois ora aqui o têm. 1 48.153 06/11/2019 - 08:39 Portuguese
Poesia/Tristeza TEUS OLHOS SÃO NADA 1 7.353 03/06/2018 - 20:51 Portuguese
Poesia/Pensamientos ONDE O INFINITO SEJA O PRINCÍPIO 4 7.707 02/28/2018 - 16:42 Portuguese
Poesia/Pensamientos APALPOS INTERMITENTES 0 7.241 02/10/2015 - 21:50 Portuguese
Poesia/Aforismo AQUILO QUE O JUÍZO É 0 6.995 02/03/2015 - 19:08 Portuguese
Poesia/Pensamientos ISENTO DE AMAR 0 7.388 02/02/2015 - 20:08 Portuguese
Poesia/Amor LUME MAIS DO QUE ACESO 0 7.560 02/01/2015 - 21:51 Portuguese
Poesia/Pensamientos PELO TEMPO 0 6.135 01/31/2015 - 20:34 Portuguese
Poesia/Pensamientos DO AMOR 0 5.871 01/30/2015 - 20:48 Portuguese
Poesia/Pensamientos DO SENTIMENTO 0 5.680 01/29/2015 - 21:55 Portuguese
Poesia/Pensamientos DO PENSAMENTO 0 6.671 01/29/2015 - 18:53 Portuguese
Poesia/Pensamientos DO SONHO 0 5.004 01/29/2015 - 00:04 Portuguese
Poesia/Pensamientos DO SILÊNCIO 0 6.333 01/28/2015 - 23:36 Portuguese
Poesia/Pensamientos DA CALMA 0 5.671 01/28/2015 - 20:27 Portuguese
Poesia/Pensamientos REPASTO DE ESQUECIMENTO 0 4.835 01/27/2015 - 21:48 Portuguese
Poesia/Pensamientos MORRER QUE POR DENTRO DA PELE VIVE 0 6.141 01/27/2015 - 15:59 Portuguese
Poesia/Aforismo NENHUMA MULTIDÃO O SERÁ 0 5.902 01/26/2015 - 19:44 Portuguese
Poesia/Pensamientos SILENCIOSA SOMBRA DE SOLIDÃO 0 6.761 01/25/2015 - 21:36 Portuguese
Poesia/Pensamientos MIGALHAS DE SAUDADE 0 4.871 01/22/2015 - 21:32 Portuguese
Poesia/Pensamientos ONDE O AMOR SEMEIA E COLHE A SOLIDÃO 0 5.411 01/21/2015 - 17:00 Portuguese
Poesia/Pensamientos PALAVRAS À LUPA 0 5.893 01/20/2015 - 18:38 Portuguese
Poesia/Pensamientos MADRESSILVA 0 4.627 01/19/2015 - 20:07 Portuguese
Poesia/Pensamientos NA SOLIDÃO 0 6.908 01/17/2015 - 22:32 Portuguese
Poesia/Pensamientos LÁPIS DE SER 0 6.462 01/16/2015 - 19:47 Portuguese