Não sei quem sou.

Não sei quem sou. Talvez seja apenas isso, alguém que tenta saber quem é. Talvez seja pessoa entre isso. Um ser com algo mais do que um mero nome. Um vulto com mais certezas. Eu.

Ou talvez nunca venha a ser ninguém. Sempre me disseram que o mundo era um lugar complexo, completo-o:

- «É um labirinto quando, para além de termos de viver como uma peça de um puzzle demasiadamente abstracto para ser humanamente possível montar, não sabemos o que somos, nem que posição ocupamos nesse mesmo puzzle».

Não sei quem sou. Talvez o sentido esteja no incógnito dessa ignorância. Um sentido às voltas de coisa nenhuma. Um dos que só é porque não pára. Sim, porque ele não pode parar. Sem si, não haveria ignorância, sem ignorância o incógnito perder-se-ia revelando quem sou, e, em vez de ser apenas um ser que se desconhece, talvez as coisas pudessem ficar verdadeiramente negras quando, para além de descobrir quem era, pudesse ficar a saber que não era mais do que uma alma triste.

Há coisas complexas, como o mundo, dizia alguém que já não me lembro quem fosse. Apetece-me fingir que sei quem sou...

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Martes, Diciembre 8, 2009 - 23:12

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RodriguesPedro

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Comentarios

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Re: Não sei quem sou.

Rodriguespedro gostei muito do teu poema, tem alma em cada que escreves.

Parabéns Um abraço amigo
Angelo Melo

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Re: Não sei quem sou.

Obrigado cecília.

Poeta...

O que é ser poeta?
Ter o mundo agarrado à ponta de uma caneta?
Expressar o tom enegrecido da alma?
Viver aterrorizado pelo excesso de lucidez?

Quando comecei a escrever sabia melhor do que agora, o que é ser poeta. Hoje... Hoje só quero ser eu.

Cumprimentos.

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Re: Não sei quem sou.

RodriguesPedro,

De algo tenha certeza, eis poeta de coração.

Abç
Cecilia Iacona

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