A Lenda de Enoah - Capitulo 14
Em Ischtfall, Beatrice a branca, fizera o que lhe fora pedido e com astucia, colocara a solução liquida que Gambinus lhe dera, no leite da rainha.
Retirando-se estratégicamente para os aposentos do padre, bateu levemente os dedos na porta como anunciando que tudo corria como ordenara e antes que os guardas do palácio a vissem, retirou-se para o seu quarto de aia.
Ao ouvir o som, gambinus sorriu e de robe, abandonou os seu quarto diriguiendo-se em passo apressado, aos aposentos do rei, onde foi barrado por um lacaio cumpridor:
-Lamento, mas sua majestade pretende repousar uns momentos.
-Mas a mim ele receberá, afinal sou Gambinus - O Olhar do padre, faiscava de raiva.
-Compreendo, meu senhor. Mas são as ordens que tenho.
-Muito bem, lacaio. Informai o rei que preciso de lhe falar, agora mesmo.Um caso de vida ou morte.
O lacaio permaneceu uns segundos hesitante e vendo a furia no rosto de Gambinus, optou por obedecer e invadir os aposentos reais:
-Meu senhor, Gambinus deseja falar-vos.
-A esta hora? Que poderá o padre querer?
Leopoldo II parou de escrever as notas para a reunião do Conselho de Guerra e guardou os apontamentos, metódicamente na pequena gaveta.
-Ele diz que é urgente.
-Pois bem, ele que entre.
O lacaio apressou-se a confirmar a ordem ao visitante, aumentando ainda mais a cólera do padre. Jamais, tivera de pedir autorização a um lacaio. Definitivamente o rei mudara de amizade para consigo.
-Meu rei, perdoe esta minha invasão a esta hora.
-O lacaio falou que tendes novidades?
-Sim meu rei. Consultei os Deuses e temo que poderemos ter um infortunio.
-Como assim?
-Segundo depreendi, uma decisão por vós tomada irou os Deuses, que castigarão a senhora sua esposa, nossa rainha.
Leopoldo II encarou com ar estupefacto o padre, depois erguendo-se da secretária meditou uns instantes e por fim proferiu:
-Uma decisão por mim tomada, dizeis vós?
-Correcto majestade!
-E quando acontecerá esse mal?
-Dificil pronunciar, majestade. Quem sabe se já nãio estará a surtir efeito? - Gambinus sorria interiormente.
Leopoldo II assumiu uma atitude de surpresa e de muito cálculo. Por um lado desejava desmascarar o mais rápidamente possivel Gambinus, e esta era sem duvida uma boa chance, por outro lado temia da veracidade da furia dos deuses.
Enchendo o peito de ar, consentiu:
-Pois bem, vamos ver como está a rainha.
Enérgicamente os dois homens avançaram em direcção aos paosentos da rainha, ladeados por guardas reais, e respectivas aias da rainha.
Sem perder tempo o rei ordenou que fossem acordar a rainha e aguardou impaciente, estudando o rosto do padre.
Gambinus mantinha-se inalterável, de nariz arrebitado e perfeitamente ciente do que vaticinira.
Foi beatrice quem assumiu perante os dois homens com ar de terror:
-Majestade, a rainha dorme. Penso eu?
-Pois acorde-a!
-Eu tentei Majestade. Não reage!
-Que dizeis?
Atónito o rei irrompeu pelo quarto e ajoelhando-se aos pés da cama, gritou:
-Chamai o médico do reino, rápidamente!
-Eu tratarei disso majestade, entretanto aguardai que chegue como médico.
Ao ver Gambinus se afastar, o rei ficou sem reacção olhando o rosto vago e inexpressivo de Latvéria.
Serioa realmente praga dos Deuses. Seria realmente Gambinus o oráculo dos Deuses e se deixara enganar pela filha da montanha?
Aterrorizado, Leopoldo II caiu em si. Vira o louco que tinha sido. mandara o seu melhor homem, o chefe da sua própria guarda, numa missão suicida. provavelmente a esta hora, Enoah já o havia liquidado. Deixara o palácio sem guarda e preparava-se para um massacre ao atacar Orgutt.
Que louco ele fora, e agora os deuses castigavam-no desta vil maneira. Mas ainda iria a tempo de corrigir a asneira. Gambinus faria com que ela recuperasse e abortaria a invasão.
Paredes meias com a ala Real, Gambinus discutia com o médiico do reino:
-Tudo o que tendes a fazer é atestar o que os Deuses me disseram!
-Mas pelos Deuses, não poderei nunca fazer tal prognóstico e não a escutar!
-Duvidais da minha palavra?
-Não. Claro que não Grande Gambinus. Mas não sois médico e...
-Basta. Creio ter descoberto um inimigo do reino.
-Como?
-Romnell, haveis sido fiel ao reino?
-Que dizeis? Há mais de vinte anos que sou médico do reino. Não ouse colocar em duvida a minha lealdade!
O padre sorriu e num falso ar de cansaço, sentou-se, confirmando:
-Desculpe a minha audácia, meu bom Romnell, mas efectivamente este reino cumpre perigo e só eu posso salvar uma vez mais este reino.
-Perigo?
-Efectivamente que o conselheiro do rei poderá confirmar isso. A luxuria e o pecado deste reino está ao rubro. Os Deuses impacientam-se e um dia alguem terá de por cobro a isto.
-É grave o que dizeis, Senhor.
-Sem duvida- Gambinus assumia agora um ar teatral- Mas a rainha está em sono profundo e só podera ser salva por mim.
-Se o dizeis...
-Digo e afirmo! Acredito que hoje será mais um dia histórico para Ischtfall. Agora eu pergunto, querei me ajudar, ou ireis seguir a via da ira aos Deues.
Com um aceno de cabeça Rommell o ruivo, apressou-se a ir acudir a rainha.
Leopoldo II sorriu timidamente ao ver chegar os dois homens e apressou-se a dar espaço ao médico do reino. Numa atitude de falsa modéstia, o médico acercou-se da rainha, examinou-lhe os pulsos auscultou-a e encarando os presentes sentenciou:
-Estranho. nunca vi nada igual em medicina. Aparentemente dorme, mas não reage.
-Podereis afirmar que se encontra num transe?
-Creio que sm, senhor Gambinus. Creio que sim!
Atónito Leopoldo II, examinou os dois homens e de lágrimas quase a sulcarem-lhe o rosto proferiiu:
-Meu bom médico, tendes quatro horas para a livrar deste mal.
-Quatro horas? Meu senhor eu a livrarei em menos espaço de tempo. Os Deuses não me falharão.
-Eu sei Gambinus, mas creio que já pedimos demais aos Deuses. Deixai a medicina seguir seu caminho. Retirarme-ei para os meus aposentos.
Um desalentado rei caminhou suavemente em direcção aos seus aposentos. O transtorno e a angustia impediam-no de raciocinar e temia que caso Gambinus curasse a rainha, obtviesse ainda mais poder dentro do reino.
Que louco ele fora em confiar numa aldeã!
------------------Fim Capitulo 14
Submited by
Prosas :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 1686 reads
Add comment
other contents of Mefistus
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Desilusión | A Causa Nobre de Vida | 4 | 2.092 | 02/25/2011 - 17:53 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Em Carne Viva | 1 | 2.118 | 02/24/2011 - 12:30 | Portuguese | |
Prosas/Terror | Diablo - Capitulo 3 - Parte 2 | 0 | 2.076 | 02/24/2011 - 11:42 | Portuguese | |
Prosas/Terror | Diablo - Capitulo 3 | 0 | 2.403 | 02/24/2011 - 11:33 | Portuguese | |
Prosas/Terror | Diablo - Capitulo 2 ( parte 3/3) | 0 | 2.151 | 02/24/2011 - 11:28 | Portuguese | |
Prosas/Terror | Diablo- Capitulo 2 ( Parte 2/3) | 0 | 2.793 | 02/24/2011 - 11:24 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Fina Palavra | 4 | 1.107 | 01/21/2011 - 12:40 | Portuguese | |
Poesia/Canción | Reinventa o meu sorriso | 0 | 2.751 | 01/20/2011 - 13:04 | Portuguese | |
![]() |
Videos/Musica | Irish Song - The Corrs | 0 | 2.838 | 01/20/2011 - 12:34 | Portuguese |
Poesia/Desilusión | Cruzes, Sinas e Sinais | 2 | 1.587 | 01/18/2011 - 20:11 | Portuguese | |
Poesia/Cumpleaños | Divagação em Fá Sustenido | 2 | 1.494 | 01/18/2011 - 19:49 | Portuguese | |
![]() |
Videos/Musica | Forever failure- Paradise Lost | 0 | 2.810 | 01/18/2011 - 12:57 | Portuguese |
Prosas/Terror | DIABLO - Capitulo 2 ( Parte 1/3) | 0 | 3.201 | 01/15/2011 - 02:52 | Portuguese | |
Poesia/Erótico | Placenta - " Ou a Sorte Casta" | 4 | 2.626 | 01/10/2011 - 11:25 | Portuguese | |
Prosas/Terror | Diablo - Capitulo 1 ( parte 2/2) | 0 | 1.546 | 01/10/2011 - 11:06 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | O regresso à Inevitável casa | 8 | 2.640 | 01/07/2011 - 22:08 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | 5 Chakras de Loucura! | 3 | 2.004 | 01/03/2011 - 23:55 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | The Chocolate Tale! | 2 | 2.495 | 12/22/2010 - 23:02 | Portuguese | |
Poesia/Comedia | Tosco Gingado | 2 | 2.189 | 12/22/2010 - 17:06 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Inuendo | 1 | 2.574 | 12/22/2010 - 10:01 | Portuguese | |
![]() |
Videos/Musica | Spanish Caravan - The Doors | 0 | 5.724 | 12/21/2010 - 11:51 | Portuguese |
Poesia/Pensamientos | Casta na Infinidade do Teu Ser | 1 | 2.270 | 12/20/2010 - 23:31 | Portuguese | |
![]() |
Videos/Musica | Sabre Dance - Vanessa Mae | 0 | 4.063 | 12/20/2010 - 13:12 | Portuguese |
Poesia/Meditación | Na Imensidão de um Afago | 4 | 2.508 | 12/17/2010 - 19:10 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | O remanescente do que agora se foi! | 2 | 2.295 | 12/17/2010 - 19:05 | Portuguese |
Comentarios
Re: A Lenda de Enoah - Capitulo 14
Gambinus, astuto e malicioso!
Ao rubro...!
Clarisse
Re: A Lenda de Enoah - Capitulo 14
Ficará impune a malvadez de Gambinus? Será q Leopoldo se vai render? A lenda de enoah é uma delicia q prende o leitor de forma quase maquiavelica!!!
não me canso de te acompanhar ao longo desta empolgante aventura!
Beijinho em ti!
inês