CORDEL DA PERMISSÃO
Peço permissão para escrever
Preciso de inspiração, venha-me valer
Pois agora irmão, eu quero ver
Permissão finalmente dada
Pego a gloriosa estrada
Entro no túnel, desço a calha
Dou de cara com um canalha
Que portava uma navalha
E travava uma batalha
Dizia ele “não passa de gentalha”
Cruzo a esquina da paixão
Sentado, um senhor toca violão
Sentido, o amigo canta uma canção
As pessoas passam, mas não vão
Querem sempre ser, o que não são
Continuo no caminho longe
Penso na vida, pego um bonde
Nem herege e nem monge
Aperto a destra de um bravo conde
E me esquivo como quem se esconde.
Não penso, apenas faço
Tenha senso, tenha braço
Tenha rima ou tenha traço
Na esquina com cara de palhaço
A paixão que fere seu baço.
Deixo passar pela doce lua
Um novo segredo de poeta
Deixo livre a minha e a sua
Não bebo e nem como carne crua
Não nesse dia: pois a lua está aberta.
Sou como qualquer poesia
Igual como todo e qualquer verso
Só gosto daquilo que preso
Só esqueço o que sempre desconverso
E só faço o que não for covardia.
Pois a fé me tem como um soldado
A lua, como um nobre aliado
O sol me torna iluminado
O pensamento me faz equilibrado
E a poesia é que me deixa calado.
E poeta me tornei pela boemia
Alerta, implorei pelo alcance
Uma seta avistei, assim de relance
De longe mirei o sinal de 'avance'
O alvo de toda e qualquer poesia.
Entrego o canhoto assinado
Um dia comum de feriado
O óbvio se mostra ao meu lado
Uma ideia me deixa encabulado
De não ser eu o então culpado.
O que se tem observado
Nada mais que o conveniente
É que o tempo se vai alado
Egóico, esquizofrênico e viciado
Canalizando poesia inconsciente.
Submited by
Ministério da Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 935 reads
other contents of tiagoornellas
Tema | Título | Respuestas | Lecturas | Último envío | Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Soneto | Soneto a Brasília | 1 | 1.573 | 12/21/2010 - 01:45 | Portuguese | |
Fotos/Perfil | 3754 | 0 | 1.632 | 11/23/2010 - 23:58 | Portuguese | |
Fotos/Perfil | 3601 | 0 | 1.734 | 11/23/2010 - 23:55 | Portuguese | |
Fotos/Perfil | 2471 | 0 | 2.222 | 11/23/2010 - 23:48 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | EU FICO NESSA | 0 | 2.875 | 11/19/2010 - 18:16 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Um poeta cômico | 0 | 3.301 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Comedia | Uma poesia estúpida | 0 | 2.941 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Atitudes, meu enredo (E virtudes, em primeiro) | 0 | 3.552 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Pasión | Sobre o seu tempo | 0 | 2.691 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Comedia | Poesia do dia e da noite | 0 | 3.165 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Um passo pelo espaço | 0 | 2.652 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Amor | Se me veres | 0 | 3.119 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Comedia | O tiagoornellas | 0 | 2.578 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Poetas que voam com o vento | 0 | 2.597 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Haiku | HAIKAI D'ESTRELA POENTE | 0 | 3.310 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Asas da minha inquietação | 0 | 2.237 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Sou uma virtude egoísta | 0 | 3.243 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Comedia | Tanto Faz | 0 | 2.894 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Fantasía | Sono | 0 | 3.168 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Fantasía | Entre a página e a memória | 0 | 2.764 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Fantasía | Das paradas que já fiz | 0 | 2.741 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Filho da sociedade moderna | 0 | 2.536 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Mensagem subliminar | 0 | 2.703 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Aforismo | O rio quando chovia | 0 | 3.440 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/Desilusión | Política, crime, sexo, religião e futebol | 0 | 2.411 | 11/19/2010 - 18:09 | Portuguese |
Add comment