O INFINITO APÓS CADA VÍRGULA
A poesia é um espólio vertido
em palavras que são como que gavetas da alma
qual formigueiro se prepare para o Inverno.
Onde a chuva é fingimento
que corre por um rio de charadas
cuja nascente é numa montanha-russa louca.
Um rio de correntes
remadas por todos os sentidos
cuja foz é um céu de destinos bravios.
Destinos baralhados
num corrupio de desejos
qual Olimpo fosse tomado pelos amantes.
Um Inverno
onde o frio é solidão cuja madrugada
é um lençol de urtigas na pele.
É um espólio manuscrito
diante os olhos que escondem o silêncio
ao calha nos recônditos imaginários do poeta.
Diante o ouvido
da mente cuja melodia é um deserto
onde se abriga o pensamento das fúrias
do mar de ser.
Diante os sonhos
quando o poeta inventa tempestades
qual palma lhe esbofeteasse as faces.
Bofetadas de água fria
para que ele acorde pisando o real chão do ego.
Manuscritos raptados á boca
cujas falas são parágrafos à espera
de algo qual morto espere o juízo final.
Fins diante o corpo
onde cada poro é uma cave
cujo mofo são gritos tolhidos por desespero.
A poesia é um momento
onde cada palavra é uma mão
que se estende muda.
Uma mão desnuda
que se deixa abrir pelo olhar
de quem a segura qual anzol pesque tubarões.
Um poema
é uma mala de viagem
pelos textos da vida onde o poeta
conclui a voz sobre o infinito após cada vírgula.
Vírgulas cuja curva
é uma lua de venenos qual maça
acinzentasse o paraíso de sementes pecadas.
Onde cada árvore
é um verso de serpentes
cujo rastejar são lágrimas de amor.
Onde cada sombra
é uma procura de caminhos em prosa
de um só caminho acrobata, a imortalidade.
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 1107 reads
Add comment
other contents of Henrique
Tema | Título | Respuestas | Lecturas | Último envío | Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Pensamientos | DA POESIA | 1 | 8.641 | 05/26/2020 - 22:50 | Portuguese | |
Videos/Otros | Já viram o Pedro abrunhosa sem óculos? Pois ora aqui o têm. | 1 | 48.222 | 06/11/2019 - 08:39 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | TEUS OLHOS SÃO NADA | 1 | 7.369 | 03/06/2018 - 20:51 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | ONDE O INFINITO SEJA O PRINCÍPIO | 4 | 7.739 | 02/28/2018 - 16:42 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | APALPOS INTERMITENTES | 0 | 7.265 | 02/10/2015 - 21:50 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | AQUILO QUE O JUÍZO É | 0 | 7.017 | 02/03/2015 - 19:08 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | ISENTO DE AMAR | 0 | 7.397 | 02/02/2015 - 20:08 | Portuguese | |
Poesia/Amor | LUME MAIS DO QUE ACESO | 0 | 7.593 | 02/01/2015 - 21:51 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | PELO TEMPO | 0 | 6.160 | 01/31/2015 - 20:34 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | DO AMOR | 0 | 5.894 | 01/30/2015 - 20:48 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | DO SENTIMENTO | 0 | 5.697 | 01/29/2015 - 21:55 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | DO PENSAMENTO | 0 | 6.703 | 01/29/2015 - 18:53 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | DO SONHO | 0 | 5.016 | 01/29/2015 - 00:04 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | DO SILÊNCIO | 0 | 6.341 | 01/28/2015 - 23:36 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | DA CALMA | 0 | 5.681 | 01/28/2015 - 20:27 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | REPASTO DE ESQUECIMENTO | 0 | 4.846 | 01/27/2015 - 21:48 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | MORRER QUE POR DENTRO DA PELE VIVE | 0 | 6.167 | 01/27/2015 - 15:59 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | NENHUMA MULTIDÃO O SERÁ | 0 | 5.923 | 01/26/2015 - 19:44 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | SILENCIOSA SOMBRA DE SOLIDÃO | 0 | 6.785 | 01/25/2015 - 21:36 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | MIGALHAS DE SAUDADE | 0 | 4.899 | 01/22/2015 - 21:32 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | ONDE O AMOR SEMEIA E COLHE A SOLIDÃO | 0 | 5.431 | 01/21/2015 - 17:00 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | PALAVRAS À LUPA | 0 | 5.909 | 01/20/2015 - 18:38 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | MADRESSILVA | 0 | 4.637 | 01/19/2015 - 20:07 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | NA SOLIDÃO | 0 | 6.932 | 01/17/2015 - 22:32 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | LÁPIS DE SER | 0 | 6.484 | 01/16/2015 - 19:47 | Portuguese |
Comentarios
Onde cada sombra é uma
Onde cada sombra
é uma procura de caminhos em prosa
de um só caminho acrobata, a imortalidade.
Muito belo.
Cada caminho
um lugar fraseado
em esquinas versejantes
infinitos da poesia.
Um abraço.
Vitor.
Poesia, são momentos de
Poesia, são momentos de encantamento ou desencanto,
encontro e desencontro, alegria e tristeza, tudo o que sonhamos
e interpretamos com o coração, uma infinidade de palavras mágicas
que nos dão a conhecer momentos de extase, com ela parece-nos que nada nos falta.
Belo como sempre.
Do alto da montanha-russa da
Do alto da montanha-russa da vida, a vista é deslumbrante e até
é possível um mergulho. E já que a água está fria, mergulhemos
na poesia...
Comentário
Realmente, após uma virgula no escrito podemos ter o infito no emaranhados dos verso, uma bela meditação.