Cubos *


Trancaram todos
os anjos e os demônios
num mesmo cubo de vidro.

Trancaram todos
os fortes e os aleijados
num mesmo sonho viril.

Cerraram a noite
com um manto de cheiro forte
e tão pesado quanto o amor,
trancado num cubo de gelo.

Caminham os solitários e os homens
os loucos e os poetas,
à procura de novos cubos de chumbo
para adormecer as distâncias.

Trancaram todos
os loucos num mesmo quarto cinzento
e soltaram as famintas discórdias
num mesmo cubo onde vivem os homens.


* Série de Poemas manuscritos nos anos 70, período da ditadura militar no Brasil, por um jovem poeta Anônimo.

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Lunes, Enero 10, 2011 - 11:24

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