Coisas *
Que sangue será este
que bebem os solitários
em suas inúteis tentativas
de encontrar pronta para o amor
a mulher das curvas de barbante?
Continuam a beber.
Bebem e bebem e nada do encontro
da hemorragia com o coágulo,
obstáculo firme que impede o desperdício
de naufragar em terra firme.
Os sábios também bebem
do mesmo sangue.
E sonham sempre encontrar
o crepúsculo tardio da doença
ardida por entre os dias ligeiros,
veleiros velozes em mar tranquilo.
Os poetas não sabem
do que beber e nem do que esperar
nestes momentos de viagens sem roteiros
por onde os solitários e os sábios
deixam cair suas lágrimas e folhas.
* Série de Poemas manuscritos nos anos 70, período da ditadura militar no Brasil, por um jovem poeta Anônimo.
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Comentarios
Quão belo achado são estes
Quão belo achado são estes poemas ...
Muito bom os ler !!!!
Beijos
Susan
Coisas *
Poetisa, registrei este conjunto com 82 poemas em minha Olivetti Lettera, como um testemunho para a posteridade, como pergaminhos raros, deixados por um jovem e idealista poeta, de quem nunca mais tive notícia. Todos os poemas com asterisco no final são de autoria deste poeta. Já postei vários na minha página e todos podem ser lidos na minha página no site Luso-Poemas. Obrigado pela visita e precioso comentário.
velozes em mar tranquilo
A sabedoria sem roteiros a naufragar em terra firme.
:-)
Coisas *
Caro poeta Henrique, registrei este conjunto com 82 poemas em minha Olivetti Lettera, como um testemunho para a posteridade, como pergaminhos raros, deixados por um jovem e idealista poeta, de quem nunca mais tive notícia. Todos os poemas com asterisco no final são de autoria deste poeta. Já postei vários na minha página e todos podem ser lidos na minha página no site Luso-Poemas. Obrigado pela visita e precioso comentário.