O meu teatro: Talvez, não sejamos tão lindos assim.


Talvez não sejamos tão lindos assim

Nós somos estes, queríamos por um dia, oferecer palavras lindas, mas as paisagens que vemos nunca mudam.Queríamos que nos entendessem, apenas, um pouco de compreensão, acham que passar por uma imensa depressão é fácil, que somos fracos...
Mas não!
Nossas fraquezas se encontram em nossas frentes, dos nossos lados.As imagens refletidas, as palavras consumidas de dor estão inibidas aqui dentro, porque essa passividade nos sugam para o profundo, nos fazendo retrair a vontade de gritar.
Se nos fosse possível escolher...
Eu escolheria que toda minha água e suor, resumissem somente naquilo que me leva tão alto, se meus copos de águas fossem vinhos, e com o embebedar de vários copos o vinho fosse música ...
Se nos fosse possível escolher...
Cederíamos pra aquilo que chamam de morte, mas que nos é tão bela e oculta, tão misteriosa e absoluta.
Achamos que nada passará disso aqui, e não saberemos quanto tempo ainda teremos, mas ainda sim estaremos agonizando o fim.
Acabaremos da mesma forma, e talvez nos esbarremos na eternidade de uma desigualdade, vagaremos sem rumo algum.
Algumas pessoas apenas querem sentirem o conforto, receber boas prosas e carinhos sinceros sem devolve-los de volta, sem compromissos.
Gostam de usar e serem usados, não adianta tanta gentileza se é tudo momentâneo, depois nem se importam com o que ouviram, sentiram, fingem que esquecem e não reconhecem o que é um valor de verdade, riem despercebidos.
A verdade é que ninguém vai querer enxergar nossas impurezas, nossos seres sujos.
Nessas horas não virão nos abraçar, aqui nessa margem aflita sem saídas para a decepção.
Marés altas, ondas soltas.
Nossos corpos se afundam lá, com tanta pressão do mar contra nós, não nos ouvimos gritar.
A chuva começa, os trovões são altos, berram firmes por alguém que não existe.
Enquanto afundamos, cadê quem puxar?
Desesperanças...
Desesperanças...
Quando vamos acabar?Quando O conheceremos realmente?
Quando provaremos da água que virou vinho um dia?
Realidade maldita, mentiras da vida!
Ódio nunca parece terminar e vamos nos enfartar logo, silenciosamente.

Enquanto tudo se vai, nadamos para trás.
Como ainda sorrir para uma esperança escondida?
Esperanças de crianças inocentes, inocência que se perde, aqui ou ali, já tanto faz...
Já não está presente!
Tememos a verdade em nós mesmos possuídos de culpas, vêm a atentada mentira nos oferecer sempre o mesmo pão.Bate na porta todos os dias.
Torna-se parente!
Sobre o que você diria, se estivesse terminando com sua vida?
Pra quem lançaria seus olhares trêmulos primeiro?
De quem se despediria por ultimo?
Quem abraçaria?
Você nos abraçaria?
Eu não o abraçaria, eu tentaria...
Siga lentamente, lamentando os pés cortantes.
Eu não o entenderia, eu mentiria...
Como minto para mim mesmo todos os dias que meu fim está chegando.
Suicidas, suicido, o suicídio num eterno delírio.

Apelo, mas não vejo nada se mexer.Os papéis que contém histórias de um passado mal amado, estão se empoeirando guardados naquele antigo guarda-roupas.
Suplicam para serem lidos e sentidos.Os ventos fortes que atravessam as janelas tentam devora-los, os jogando para longe, os jogando para o fogo onde tudo termina.
Lá estão escritos todas as emoções já vividas por alguém, lá as rimas enchidas pelos pulmões são da mais pura intensidade de voltar a enxergar, aceitando a realidade.Toda escrita aflita, resumida no sentido absurdo da vida;minha vida derramando-se ao chão.
Há palavras que nunca devem ser pronunciadas, há idéias que nunca devem ser mencionadas para que não nos olhem mal, mas essa preocupação com a imagem social nos deixam loucos e escravizados, presos, boiando no mar das profundas idéias...
Aqueles papéis, são estes novos papéis, sem poeiras.
Já não importo com o que falam, porque não me calam.
As lendas são as mesmas, para sempre a mesma pessoa;

Eu não lembro mais seu nome
tento relembrar qual foi a ultima vez em que vi tua face morta
Eu não lembro mais do seu toque
e seu sorriso destruído por seu eu interior,
fico observando a vida correndo, esquecendo dos outros.
neste jardim, sinto a imensidão da vida o ar puro da felicidade
que apenas passa por meus olhos em teus poucos momentos
quando já se vai.
Você esteve aqui uma vez e tudo que fazíamos de comum se acabou,
estamos sós, eu e estes pássaros, eu e este banco, eu e tua face
branca como neve em minha mente.

Assim está escrito, em papéis infinitos;
Conto contos, de delírios, de paixões, de infindos momentos das loucas emoções .
Conto eu, conto você, escrevo sobre faces falidas que me desempenham as palavras, as mais tristes e melancólicas palavras.
Soa poesias, ouve gargalhadas.
Cante-me!Vinhos e mais Vinhos para o Hino do Amor,”Amor é Divino” , amor não sentido...
Contei sobre nós:

Quem não se sentiu caindo alguma vez?
Abraços para quem desistiu, e não soube falar de si mesmo.
 

Thiago Augusto Salvador

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Martes, Enero 18, 2011 - 13:21
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