Alma sóbria

 

E assim o céu azul se desfaz
na espera de me embebedar a alma,
que nunca verteu uma gota.

           Palavras,
                  nenúfares do meu sonho errante
enpertigam os gestos
                          des
                               (cal)ibrados
no cinismo rouco.

Uma teima
          em ceifar promessas perenes
                  no paradigma lascivo
                        de um manto de folhas
                                               quase...
                                       mortas.

Súplica é o que me resta
para conter o amianto
                     contido na água em que te bebo.

Estendi-te a mão em directo,
              moldei o vidro fosco nos dedos,
                        e chorei...

Mas nunca me quis afundar no líquido
                    que me entregasse ao delírio
                             numa sombra,
                                                        fugaz.

A noite cai,
                 o sol adormece...

A alma lembra-se-á de tudo
                     quando a luz do dia surgir novamente.

                           Em mim.
 

 

 

rainbowsky

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Domingo, Enero 30, 2011 - 00:41

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Comentarios

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fantástico teu poema

apesar de ser nítido a dor de alma,e do teu céu estar adormecido...

deixa que o Sol, entre nele...

lindo poema,

Beijos

Maria

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