Amanhecer na periferia (da trilogia dos dias)

Amanhece o dia.
O dia amanhece na periferia.
Abrem se as janelas, das casas e barracões,
de tabuas e alvenarias
E começa um novo dia.
O bar e mercearia, do seu Joaquim!
Já de portas abertas, pra vender,
pãozinho francês.
Dona de casa sai para comprar o pão.
O ocioso já com copo de álcool no balcão.
Homens e mulheres se enfrentando
nos pontos, a espera de lotação.
Uns já atrasado, outros já cansados.
Todos assalariados.
Amanhece o dia, na periferia.
Criança descalça, jogando bolinhas
Soltando pipas, enquanto a mãe grita.
É hora da creche é hora da escola.
Uns vão e, outros, pedem esmola.
Os carrinhos de mãos, passando nas vielas,
em busca de panelas.
Vem o homem do queijo, a moça solta um bocejo.
Passa o verdureiro, maça e algodão doce, batem o tabuleiro.
O caminhão do gás apita primeiro.
Passa o carro de produtos de limpeza.
É assim o dia inteiro.
O carteiro junto com o bicheiro.
Um traz cartas de saudações nordestinas.
O outro quer o dinheiro dos vizinhos.
O cachorro late, a moto passa o carro bate.
Meninos e meninas brincando de bicicleta.
Moleques que jogam bola, a toda hora.
Brincar de pega-pega, policia e ladrão.
Esconde-esconde a realidade de uma nação.
Os rapazes nos beco sempre alerta.
Nas ruas o apito de um guarda.
Na viela um corpo que cai.
Aquele não era mais um pai?
Amanhece o dia.
O dia amanhece na periferia.

 

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Viernes, Febrero 18, 2011 - 17:29

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O urbanista concreto

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O urbanista concreto!

Lindo e maravilhos texto, meus parabéns,

MarneDulinski

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