Tardes periféricas (da trilogia dos dias)

O vento sopra na tarde de mais um dia.
No portão deitar ao chão, nuvens no céu
Figuram-se nas mentes de quem for capaz.
A garota e o rapaz sentado na praça a olhar
a rua calma as pessoas passam.
O vento sopra o tempo.
Tardes para andar.
Tardes para pensar.
Tardes para descansar.
Todas as tardes do mundo nós ficamos
como um gira mundo.
Andando sem rumo.
Da casa pra rua, da rua pra praça.
Da praça pra casa.
Mulheres e crianças se misturam nas calçadas.
Brincadeiras e fofocas.
A tarde é sempre hora de pipocas.
Lá dentro de casa à dona arruma a sala.
Banheiro, cozinha e a pia é dia de faxina.
A televisão ligada crianças ao seu lado.
Desenhos e notícias na TV, enchentes, engavetamentos
Nas estradas todas as tardes.
Propagandas que muito a criançada engana.
Homens vendem panos de pratos, pamonhas e bambus para varal.
Mulheres olham signos no jornal.
Parecia mais um dia de tardes vazias.
Lá na praça acontece um vesperal, mas nem tudo é legal.
O menino que na rua brinca, com bola, já voltou
da escola.
Rapazes desocupados preferem andar armados.
Confusão ali do lado perto do espetáculo.
Que era par ser uma maravilha.
O que acontece em uma tarde na periferia, bala perdida.
Periferia sempre tragédias no ar.
Levaram toda alegria de uma tarde cheia de magia.
E de uma vida que queria vencer na lida.
Tarde triste tarde sem graça tarde de desgraça.
Olhar para traz para reconhecer a paz.
A maldade e a inveja tomam conta das
Tardes periféricas.


Poema da Trilogia das fases dos dias: Amanhecer, Entardecer (tardes periféricas) e Anoitecer na periferia.
 

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Viernes, Febrero 18, 2011 - 17:31

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