Graças à Vida (Violeta Parra)

Graças à vida que tem me dado tanto
Me deu dois olhos que quando os abro
Distingo perfeitamente o preto do branco
E no alto céu seu fundo estrelado
E nas multidões o homem que eu amo

Graças à vida que tem me dado tanto
Me deu o ouvido que em toda sua amplitude
Grava noite e dia, grilos e canários
Martelos, turbinas, latidos, chuviscos
E a voz tão terna de meu bem amado

Graças à vida que tem me dado tanto
Me deu o som e o abecedário
Com eles, as palavras que penso e declaro
Mãe, amigo, irmão e a luz iluminando
a rota da alma de quem estou amando

Graças à vida que tem me dado tanto
Me deu a marcha aos meus pés cansados
Com eles andei cidades e pântanos
Praias e desertos, montanhas e planícies
E na tua casa, tua rua e teu pátio

Graças à vida que tem me dado tanto
Me deu o coração que agita seu marco
Quando miro o fruto do cérebro humano
Quando vejo o bom tão distante do mal
Quando miro o fundo de seus olhos claros

Graças à vida que tem me dado tanto
Me deu o riso e me deu o pranto
Assim eu distingo a felicidade da aflição
E os dons materiais que formam meu canto
E o canto de vocês que é o mesmo canto
E o canto de todos que é o meu próprio canto.

Graças à vida, graças à vida!
 

Violeta Parra, compositora e cantora chilena, em bela interpretação na voz das inesquecíveis Mercedes Sosa e Ellis Regina (tradução de AjAraujo).

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Viernes, Febrero 18, 2011 - 21:28

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Graças à Vida (Violeta Parra)

Graças à vida que tem me dado tanto
Me deu o riso e me deu o pranto
Assim eu distingo a felicidade da aflição
E os dons materiais que formam meu canto
E o canto de vocês que é o mesmo canto
E o canto de todos que é o meu próprio canto.

Graças à vida, graças à vida!

 

Lindo texto minha senhora!

Meus parabéns,

MarneDulinski
 

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