Sem título(10)

Quando lá fora, o mundo era maior

que minha casa,

eu saía e perdia-me em longos passeios.

e já não sei porque mistério, ou supremo desígnio,

findava sempre a caminhada

observando o pastor, no calmo apascentar

do seu rebanho.

E era bom sentir

a paz, a serenidade e a sabedoria do pastor.

A singela sapiência, de quem está em harmonia

com a natureza!

A perene tranquilidade

de quem se entende com os deuses,

o miraculoso entendimento sem palavras

e orações desnecessárias.

Viesse chuva, e ele queria chuva,

e se brilhava o sol, era largo o seu gesto de gratidão.

Repetia eu todos os dias,

este deleite dos sentidos, recebendo esta dádiva

como se fosse o meu devido e único pedaço de vida.

Que mais de vida e na vida nada possuísse,

estes eram, momentos bastantes, p`ra sentir

a serena felicidade pairando em meu redor.

Deitado na erva, olhando o céu de olhos fechados,

degustava como opíparo banquete,

a generosa lição de existência do pastor!
Regressava a casa já com a lua no caminho,

e com um angustiado desejo,

de coração apertado e a alma em sobressalto,

apenas ansiava que a minha casa fosse sempre pequena,

tão pequena que me permitisse sair todos os dias

ao encontro do meu pedaço de vida!


Dionísio Dinis

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Miércoles, Febrero 23, 2011 - 18:36

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Dionísio Dinis

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Sem título(10)

Lindo poema,o qual mostra que devemos estar conformes com os desígnos de Deus e sua Natureza, para termos 

uma Paz interior como é o ideal!

Meus parabéns,

MarneDulinski

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