ADROS DE PERNAS PRÓ AR IRASCÍVEIS

 

Taras e manias,
fobias de vida e morte,
arvoredo de enredo, entronizações.

Heresias, formas vadias,
julgamento abandonado ao desejo.

Divergente promiscuidade, âncoras.

Ânforas de sexo,
limbos de arestas gagas,
cardos utópicos, vertigem.

Fome e sede,
vinganças suspensas,
desfiguradas teias, icónicas.

Tempo, espaço lento,
relento de procuras inventadas,
flutuantes ímpios em adros de pernas pró ar.

Arte, infinito,
embalagens de vazios vastos,
polimorfos cândidos, panteísmo.

Imagens, nulas palavras nuas,
gestos de sentidos desdenhados, caminhos.

Ficções, fracções de realidade,
fricções de emoções ausentes, inestéticas.

Factos, indícios mútuos,
leilões de história tridimensional,
inspirações cara-a-cara com indigências, asserção.

Cestos de amor,
urnas de paixão estátua,
sensações predicativas, temporais.

Ver de olhos,
vistas de quando tocam o ser,
essências disjuntas, defuntas áureas.

Pirâmide invertida,
noite fornicada ao acaso,
sequência vaga de argilas imoladas, superveniência.

Rotinas sem guelra,
pulmões enlatados em soda caustica,
humanidades desembestadas, irascíveis.

Dobros, brumas encabeçam fúrias,
artérias católicas murmuram castrações, caos.

Chão de marés,
mares sem fundo num templo
de chapéus folgados, abscônditos.

Sinfonia caldeada
em conúbio com os quatro ventos,
vibrações de idades em poesia onírica, empírica.
 

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Viernes, Abril 8, 2011 - 17:45

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Henrique

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