Canção do Amanhecer então Melhor (Moacyr Sacramento)
A grandeza maior da vontade há em mim
Tua voz, na canção: A Cantiga da Escolha,
Eu vou ser. Vou cantá-la onde quer que tu vás
E por isto não me cales
que eu não quero ser calado
nem me vendas, nem me vendas
que eu não quero ser comprado.
A nobreza maior do trabalho há em mim
Sou machado, sou pá, sou enxó, sou o leme;
sou enxada na mão, se tu és lavrador.
E por isto não me pares
que eu não quero ser parado,
nem me vendas, nem me vendas
que eu não quero ser comprado.
A certeza maior da esperança há em mim
Sou panela, colher, a comida na mesa
se mastigas o tempo a romper no amanhã
E por isto não me troques
que eu não quero ser trocado
nem me vendas, nem me vendas
que eu não quero ser comprado.
A clareza maior do saber há em mim
Sou caderno, borracha... eu sou lápis, cartilha nas lições de teu filho. Eu sou, dele, o porvir.
E por isto não me cegues
que eu não quero ser cegado,
nem me vendas, nem me vendas
que eu não quero ser comprado.
A riqueza maior de um tesouro há em mim
Sou valioso rubi, que precisas levar
para onde a cobiça, encontrá-lo, não possa.
E por isto não me mostres
que eu não quero ser mostrado,
nem me vendas, nem me vendas
que eu não quero ser comprado.
A pureza maior da justiça há em mim
Sou consciência, critério, o teu sim, o teu não
e eu os uso por ti pra forjar o destino.
E por isto não me negues
que eu não quero ser negado,
nem me vendas, nem me vendas
que eu não quero ser comprado.
E a beleza maior da poesia há em mim
Eu sou verso, sou rima, eu sou grito de alerta
e no peito de um poeta eu me fiz revelado.
Sou teu voto... Compreendes?
Só te sirvo se eu for dado.
Ah! Como sonho com o dia em que votaremos todos por vontade própria, sem “voto de cabresto”, sem voto vendido ou trocado até por garrafa de pinga.
E quando esse dia da cidadania amanhecer há de ser um dia de muita claridade, ainda que chova a cântaros, não é?
Moacyr Sacramento, dentista e poeta - o Moa – Livro Amemos.
Notas do Poeta AjAraujo:
Eis aí outro convite para a meditação, amigo leitor. Claro que de natureza política.
Submited by
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 3219 reads
other contents of AjAraujo
Tema | Título | Respuestas | Lecturas |
Último envío![]() |
Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Poetrix | Poemas - de "Magma" (Guimarães Rosa) | 2 | 27.682 | 06/11/2019 - 11:48 | Portuguese | |
![]() |
Videos/Musica | Ave Maria - Schubert (Andre Rieu & Mirusia Louwerse) | 1 | 50.948 | 06/11/2019 - 11:02 | Inglés |
Poesia/Fantasía | Cabelos de fogo | 0 | 7.052 | 04/28/2018 - 21:38 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | A criança dentro de ti | 0 | 5.746 | 04/28/2018 - 21:20 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | O porto espiritual | 0 | 7.187 | 04/28/2018 - 21:00 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Ano Novo (Ferreira Gullar) | 1 | 5.657 | 02/20/2018 - 19:17 | Portuguese | |
Prosas/Drama | Os ninguéns (Eduardo Galeano) | 0 | 10.373 | 12/31/2017 - 19:09 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Passagem de ano (Carlos Drummond de Andrade) | 0 | 7.674 | 12/31/2017 - 18:59 | Portuguese | |
Prosas/Contos | Um conto de dor e neve (AjAraujo) | 0 | 13.379 | 12/20/2016 - 11:42 | Portuguese | |
Prosas/Contos | Conto de Natal (Rubem Braga) | 0 | 11.025 | 12/20/2016 - 11:28 | Portuguese | |
Prosas/Contos | A mensagem na garrafa - conto de Natal (AjAraujo) | 0 | 14.464 | 12/04/2016 - 13:46 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | Educar não é... castigar (AjAraujo) | 0 | 7.410 | 07/08/2016 - 00:54 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | Dois Anjos (Gabriela Mistral) | 0 | 8.739 | 08/04/2015 - 23:50 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Fonte (Gabriela Mistral) | 0 | 6.759 | 08/04/2015 - 22:58 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | O Hino Cotidiano (Gabriela Mistral) | 0 | 7.331 | 08/04/2015 - 22:52 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | As portas não são obstáculos, mas diferentes passagens (Içami Tiba) | 0 | 10.052 | 08/02/2015 - 23:48 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Pétalas sobre o ataúde - a história de Pâmela (microconto) | 0 | 12.037 | 03/30/2015 - 11:56 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Ode para a rendição de uma infância perdida | 0 | 9.245 | 03/30/2015 - 11:45 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Entre luzes e penumbras | 0 | 6.849 | 03/30/2015 - 11:39 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | No desfiladeiro | 1 | 9.516 | 07/26/2014 - 00:09 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | Sinais da história | 0 | 6.894 | 07/17/2014 - 00:54 | Portuguese | |
Poesia/Fantasía | E você ainda acha pouco? | 0 | 7.067 | 07/17/2014 - 00:51 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Descanso eterno | 2 | 8.325 | 07/03/2014 - 22:28 | Portuguese | |
Poesia/Intervención | Paisagem (Charles Baudelaire) | 0 | 7.788 | 07/03/2014 - 03:16 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Elevação (Charles Baudelaire) | 0 | 9.969 | 07/03/2014 - 03:05 | Portuguese |
Add comment