O INFINITO DOS POETAS EM PASSO DE SILÊNCIO


Ó noite que em mim caminhas mar a dentro,
dama de sois adormecidos num arco-íris de poesia.

Tira-me do deserto desse mar
de onde observo o céu morrer nos meus olhos.

Acende-me no corpo migalhas de esperança,
devolve-te de mim o teu escuro,
deixa-me que os sonhos sejam as tochas
para que não mais me esconda.

Ó noite, tu que és o eixo
de mil astros de fogo que giram à volta da minha alma.

Abraça-me com os teus perdões,
não deixes os medos que vestes me aprisionarem ao mal.

Consola-me da amargura
com o infinito que procuro de estrela em estrela.

Não com o infinito de quem não ama,
nem com o de quem foi esquecido nos opostos do universo.

Quero o infinito dos poetas.

Tens tantas estrelas e só te peço uma, a que é minha
e no teu manto está perdida nos cintilares que não sou.

Ó noite que em mim ardes
serões de vento que semeia saudade.

Encurta-me as distâncias à mercê
das tempestades de nada com bonanças de amor.

Ajuda-me a sentir a madrugada sem frio,
que a solidão não seja só de lágrimas,
que também seja de aproximações a mim.

Ó noite que vives ao contrário em mim,
tu que em mim manipulas os passos do silêncio.

Levanta-me a cabeça aos teus altares eternos,
desvia-me das árvores sem fruto.

Faz-me encontrar o que perdi,
lança-me às correntes do rio da vida
nas palavras de um amigo.

 

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Viernes, Mayo 6, 2011 - 21:16

Poesia :

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Henrique

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Na escuridão do sentir...

a noite o abraço e a solidão pedem colo na poesia do amigo ausente... belo...

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