Sou um mistério (Agostinho Neto)
Sou um mistério.
Vivo as mil mortes
que todos os dias
morro
fatalmente.
Por todo o mundo
o meu corpo retalhado
foi espalhado aos pedaços
em explosões de ódio
e ambição
e cobiça de glória.
Perto e longe
continuam massacrando-me a carne
sempre viva e crente
no raiar dum dia
que há séculos espero.
Um dia
que não seja angústia
nem morte
nem já esperança.
Dia
dum eu-realidade.
Agostinho Neto (1922-1979), médico e poeta angolano.
Submited by
Martes, Mayo 17, 2011 - 01:45
Poesia :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 2123 reads
other contents of AjAraujo
Tema | Título | Respuestas | Lecturas | Último envío | Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Dedicada | Auto de Natal | 2 | 2.209 | 12/16/2009 - 02:43 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Natal: A paz do Menino Deus! | 2 | 3.727 | 12/13/2009 - 11:32 | Portuguese | |
Poesia/Aforismo | Uma crônica de Natal | 3 | 3.125 | 11/26/2009 - 03:00 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Natal: uma prece | 1 | 2.451 | 11/24/2009 - 11:28 | Portuguese | |
Poesia/Dedicada | Arcas de Natal | 3 | 3.851 | 11/20/2009 - 03:02 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Queria apenas falar de um Natal... | 3 | 4.369 | 11/15/2009 - 20:54 | Portuguese |
Add comment