PSICO-REFÚGIOS DE SILÊNCIO


Suspenso degrado contundente,
descreve-se em urtigas de luar uivante.

Atalho de arestas acres.

Vitrinas amaldiçoadas ao nada, bíblicas.

Eclipses de joelho açoitado por bocas caladas,
cearas infestadas de sexo enjaulado em solidões.

Cardos pejados de cegueira
sorvem dos olhos emoções sem cais,
mergulhadas num poço de jusantes não.

Psico-refúgios de silêncio
sustentam abismos de lágrimas destemidas
pelo choro do tempo aperaltado de abundância.

Possessões de silêncio
trancam o anteontem absolvido.

Vozes escalam as escarpas
das palavras trilhadas pela tristeza.

Musas mordidas
por poemas que embatem flores em grito
de betão humano em santuário claustrofóbico.

Noite fora, ralhos de escuro
trepam corpo acima soletrados em quatro tábuas.

Efervescências jurássicas
enclausuram o sangue em profecias briguentas.

Serpentes reclamarão seus ninhos
na mão da morte plantada em curvas de adeus.

A alma encalha as suas inquietações.

Imaginário, fruto de ilusões suculentas
numa árvore de sentimento de amor sepultado.

O mar mendiga sonhos em praias de areia venenosa.

Madrugadas desenroscam-se
em almofadas de pedra frívola
por ares despenteados dos aromas da terra.

Fogos desamparados em peitos vazios,
frios que à pele pertencem estremecimentos.

Desfilam lábios secos, dias badalados
no sino de um campanário que não existe.

 

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Lunes, Mayo 23, 2011 - 23:34

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Henrique

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