O Erotismo dos Românticos
Vem, ó Madrugada, vem com os teus raios purpúreos eivar o meu rosto, desliza por mim os braços dela, celebra na magnificência da luz o encontro divino dos nossos lábios líquidos. Ó Madrugada, o meu banquete será de flores e ópio, nem Byron pensou um dia ser beijado assim por estas pétalas róseas, um jardim perpétuo onde a própria morte desfalece na alegria concupiscente das aves. Ó Madrugada, envolve-me na espuma da neblina, cobre o vento para que sinta o corpo estremecer no lume das nossas veias derramadas de absinto. Ó Madrugada, o meu banquete não limitará nenhum excesso, digiro na língua húmida os seus seios febris, bebo-lhe o arrepio das pálpebras, toco-lhe, toco-lhe indelével os cristais do desejo e envolvo-me na dissolução cálida da carne quase morto. Ó Madrugada, abençoado seja o peito onde repousarei a face, abençoada voz que me recolhe no sono diáfano, esgotado do amor, das flores, dos dentes em cada poro de mil laços. Ó Madrugada, vem para adornar o ventre amado e nele existir e nele existir, ó Madrugada.
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Comentarios
Re: O Erotismo dos Românticos
O erotismo aliado à fantasia, resulta em boa poesia!
:-)