A doçura de um engano

A cobra não tem de usar veneno
quando tem grandeza para abraçar
com luxúria para sentir prazer,
durante mais uma boa caçada,
seu olhar intenso e crú mas sereno
faz saltar meu coração ao passar
e a quem deseja se deixar comer
sem amor até ao raiar da alvorada.

Quem parece fria não pode sentir,
busca o calor para poder estar
e a sombra fresca para adormecer
à espera de um sonho, de uma ilusão,
até saber o que é um doce sorrir
da fada com magia para ofuscar
quem não desfruta cada entardecer
recheado com luz, amor e paixão.

O Mundo sorri e gira impávido
sabe quanto a cobra pode encantar
quem tenta olhar seus olhos para os ler
com o olhar profundo e nú da razão,
quando um deserto está seco e ávido
se a água da chuva na areia se entranhar
sementes frescas podem florescer
sem receio de um amor cruel sem paixão.
 

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Miércoles, Junio 15, 2011 - 00:24

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