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Carta a um estranho

Caro estranho, eu escrevo do passado... Não porque vivo no passado ou tenha algum dom de prever o que acontecerá daqui algum tempo, mas provavelmente você lerá estas poucas linhas em um futuro distante e não mais que isso.

Não parece ser um método muito usual nos dias de hoje e acredito que nos atual momento em que você se encontra, também não deva ser pratica comum. (Cartas devem ser guardadas em museu, assim imagino) Talvez sejamos ambos, pessoas modernas revestidas de certo ar saudosista, eu por insistir em escrever e você por teimar em continuar lendo tais palavras.

O mundo por hora, toda vez que olho pela janela, mostra pressa em acontecer. E como acontecem coisas sem sentidos! Talvez a calma possa ser um artefato vendido a duras horas de insônia e pensamentos soltos, que bagunçam a mente de pessoas que demonstram não desistir de observar.

E na minha insignificância, medida em um ambiente de 3 X 4, penso de forma despretensiosa: No seu tempo também é desta forma, ou o caos cede lugar a uma forma diferente de ambição? Quantos momentos diferentes, quantos detalhes que antes passavam de forma despercebida você hoje deve considerar absurdo.

Nestes dias tão conflitantes, absolutamente tudo é motivo para intrigas, para pré-conceitos, nesses momentos em que vivo, sempre surgem formas e mais formas de agredir, desiludir, ferir e quando não fisicamente, moralmente. Esses são tempos de intolerância de pessoas repletas de razões, baseadas em argumentos que parecem piadas ensaiadas.

Talvez em alguns anos percorridos, esses motivos sejam visto como banalidade e uma forma arcaica de se identificar na sua sociedade, mas por hora, convivemos com isto.

Não digo o meu nome, porque ele pouco vai fazer diferença quando estiver lendo isto e mesmo que o soubesse, teria a certeza de que sou apenas mais um numero, uma estatística, uma nota no rodapé de um jornal. Sem ter tido a devida importância, o merecido reconhecimento... Não fui um herói, não tive gestos nobres e tão pouco fiz para ter uma boa história para contar.

Mas a vontade de saber, o que será que o tempo guarda para todos nós é muito maior que a preguiça que assola meu corpo. E questiono de forma inevitável: Quão grande é seu dissabor ao saber que assim como eu, tantos viveram a margem da história, apenas seres invisíveis, caminhando em suas vidas sem objetivo nenhum.

Se acaso neste momento, em que tem minhas poucas e pobres palavras em suas mãos, já tiverem inventado uma forma de voltar ao meu tempo, peço que volte ao meu momento, com uma carta resposta, deixe no lugar aonde encontraste esta... Sacie a minha vontade de respostas e se puder fecha a janela e a porta!

Pois quando sai, despercebido acabei por deixar parte de mim no caminho. Deixando entre aberto velhas promessas... E se chover pode lavar o que ficou e você não terá como ler o que não restou.

Grato.

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sexta-feira, novembro 22, 2013 - 17:35

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Pablo Gabriel

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