CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

APÓLOGOS XII

12

O leão caçando com o burro

(Traduzido do mesmo)

Fez annos o leão, quiz ir á caça,
E a d'elle não costuma ser escaça:
Não consiste em pardaes, em bagatellas,
Mas em bons javalis, e em corças bellas.
O rei dos bosques próvido, e discreto,
Para sortir effeito o seu projecto,
Chama o burro, animal de voz não fina,
E o burro vai servir-lhe de bozina.
Elle ao posto o conduz, cobre-o de ramos,
Ordena-lhe que zurre, e a seus reclamos
Crê que inda os mesmos brutos, que dão provas
De atroz braveza, fugirão das covas.
Não era aquella tropa ainda usada
Ao fragor de asinina trovoada:
No ar o espantoso orneio em fim resôa,
Vaga o terror, e as grutas despovôa:
Tremendo, a turba agreste alonga o passo;
Foge tudo, e fugindo, eis cáe no laco,
Onde os espera a garra penetrante.
«Então, que tal, que tal ? Não sou chibante ?»
(Diz o burro ao leão, co'a fronte alçada,
Arrogando-se a gloria da cacada.)
«Trôas (volta o leão) trôas deveras,
E se não conhecesse quem tu eras,
Eu mesmo com teus zurros me assombrava.»
O burro, se podesse, resmungava,
E tinhamos harenga, inda que havia
Motivo para aquella zombaria;
Pois quem ha de soffrer, quieto, e mudo
Que um, que não vale nada, arrote em tudo ?
Quem soffrerá que audacia o burro affecte ?
Caracter fanfarrão não lhe compete.

Submited by

domingo, outubro 11, 2009 - 16:24

Poesia Consagrada :

No votes yet

Bocage

imagem de Bocage
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 14 anos 14 semanas
Membro desde: 10/12/2008
Conteúdos:
Pontos: 1162

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Bocage

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia Consagrada/Geral ENDECHAS II 0 1.103 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral RETRATOS I 0 1.127 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral RETRATOS II 0 1.174 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral QUADRAS I 0 1.182 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral QUADRAS II 0 819 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral QUADRAS III 0 1.471 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral TRABALHOS DA VIDA HUMANA 0 1.378 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ALLEGORIAS I 0 1.810 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS XI 0 888 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS XII 0 1.322 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral CANÇONETAS I 0 1.323 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral CANÇONETAS II 0 1.481 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral CANÇONETAS III 0 1.008 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS X 0 1.255 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS I 0 3.082 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS II 0 1.445 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS III 0 747 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS IV 0 1.004 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS V 0 1.348 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS VI 0 1.994 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS VII 0 872 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS VIII 0 1.487 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS IX 0 1.668 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto Matinal 0 1.501 11/19/2010 - 15:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto da Porra Burra 0 2.188 11/19/2010 - 15:49 Português