CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Casimiro de Abreu : Mocidade

Ninon, Ninon, que fais tu de la vie?
L'heure s'enfuit, le jour succede au jour.
Rose ce soir, demain flétrie,
Comment vis-tu, toi qui n'as pas d'amour?!

Musset.

Doce filha da lânguida tristeza
Ergue a fronte pendida - o sol fulgura!
Quando a terra sorri-se e o mar suspira
Por que te banha o rosto essa amargura?!

Por que chorar quando a natura é risos,
Quando no prado a primavera é flores?
- Não foge a rosa quando o sol a busca
Antes se abrasa nos gentis fulgores.

Não! - Viver é amar, é ter um dia
Um amigo, uma mão que nos afague;
Uma voz que nos diga os seus queixumes,
Que as nossas mágoas com amor apague.

A vida é um deserto aborrecido
Sem sombra doce, ou viração calmante;
- Amor - é a fonte que nasceu nas pedras
E mata a sede à caravana errante.

Amai-vos! disse Deus criando o mundo,
Amemos! - disse Adão no paraíso,
Amor! - murmura o mar nos seus queixumes,
Amor! - repete a terra num sorriso!

Doce filha da lânguida tristeza
Tua alma a suspirar de amor definha...
- Abre os olhos gentis à luz da vida,
Vem ouvir no silêncio a voz da minha!

Amemos! Este mundo é tão tristonho!
A vida, como um sonho - brilha e passa;
Porque não havemos p'ra acalmar as dores
Chegar aos lábios o licor da taça?

O mundo! o mundo! - E que te importa o mundo?
- Velho invejoso, a resmungar baixinho!
Nada perturba a paz serena e doce
Que as rolas gozam no seu casto ninho.

Amemos! - tudo vive e tudo canta...
Cantemos! seja a vida - hinos e flores;
De azul se veste o céu... vistamos ambos
O manto perfumado dos amores.

........................

Doce filha da lânguida tristeza
Ergue a fronte pendida - o sol fulgura!
- Como a flor indolente da campina
Abre ao sol da paixão tua alma pura!

Setembro - 1858.

Submited by

sábado, maio 23, 2009 - 23:43

Poesia Consagrada :

No votes yet

CasimirodeAbreu

imagem de CasimirodeAbreu
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 13 anos 26 semanas
Membro desde: 05/23/2009
Conteúdos:
Pontos: 234

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of CasimirodeAbreu

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Fotos/ - Casimiro de Abreu 0 1.420 11/24/2010 - 00:38 Português
Poesia Consagrada/Geral Casimiro de Abreu : *** 0 1.144 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral Casimiro de Abreu : Fragmento 0 1.153 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral Casimiro de Abreu : Anjo! 0 1.204 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral Casimiro de Abreu : Última folha 0 1.016 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Dedicado Casimiro de Abreu : À morte de Affonso de A. Coutinho Nesseder estudante da Escola Central 0 1.295 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral Casimiro de Abreu : Berço e túmulo 0 889 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral Casimiro de Abreu : Infância 0 873 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral Casimiro de Abreu : A uma platéia 0 1.129 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Tristeza Casimiro de Abreu : No túmulo dum menino 0 2.403 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Dedicado Casimiro de Abreu : A J. J. C. Macedo-Júnior 0 1.518 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral Casimiro de Abreu : Uma história 0 996 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Dedicado Casimiro de Abreu : No leito 0 1.497 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral Casimiro de Abreu : Pois não é?! 0 867 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral Casimiro de Abreu : Na estrada 0 1.013 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral Casimiro de Abreu : No jardim 0 1.064 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Tristeza Casimiro de Abreu : Horas tristes 0 1.997 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral Casimiro de Abreu : Dores 0 996 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral Casimiro de Abreu : Amor e medo 0 1.063 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral Casimiro de Abreu : Perdão! 0 975 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral Casimiro de Abreu : Mocidade 0 1.049 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral Casimiro de Abreu : Noivado 0 932 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral Casimiro de Abreu : De joelhos 0 1.287 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral Casimiro de Abreu : Três cantos 0 891 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral Casimiro de Abreu : Ilusão 0 866 11/19/2010 - 16:54 Português