CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Desânimo
Estou agora triste. Há nesta vida
Páginas torvas que se não apagam,
Nódoas que não se lavam... se esquecê-las
De todo não é dado a quem padece...
Ao menos resta ao sonhador consolo
No imaginar dos sonhos de mancebo!
Oh! voltai uma vez! eu sofro tanto!
Meus sonhos, consolai-me! distraí-me!
Anjos das ilusões, as asas brancas
As névoas puras, que outro sol matiza.
Abri ante meus olhos que abraseiam
E lágrimas não tem que a dor do peito
Transbordem um momento...
E tu, imagem,
Ilusão de mulher, querido sonho,
Na hora derradeira, vem sentar-te,
Pensativa e saudosa no meu leito!
O que sofres? que dor desconhecida
Inunda de palor teu rosto virgem?
Por que tu'alma dobra taciturna,
Como um lírio a um bafo d'infortúnio?
Por que tão melancólica suspiras?
Ilusão, ideal, a ti meus sonhos,
Como os cantos a Deus se erguem gemendo!
Por ti meu pobre coração palpita...
Eu sofro tanto! meus exaustos dias
Não sei por que logo ao nascer manchou-os
De negra profecia um Deus irado.
Outros meu fado invejam... Que loucura!
Que valem as ridículas vaidades
De uma vida opulenta, os falsos mimos
De gente que não ama? Até o gênio
Que Deus lançou-me à doentia fronte,
Qual semente perdida num rochedo,
Tudo isso que vale, se padeço!
Nessas horas talvez em mim não pensas:
Pousas sombria a desmaiada face
Na doce mão e pendes-te sonhando
No teu mundo ideal de fantasia...
Se meu orgulho, que fraqueia agora,
Pudesse crer que ao pobre desditoso
Sagravas uma idéia, uma saudade...
Eu seria um instante venturoso!
Mas não... ali no baile fascinante,
Na alegria brutal da noite ardente,
No sorriso ebrioso e tresloucado
Daqueles homens que, pra rir um pouco,
Encobrem sob a máscara o semblante,
Tu não pensas em mim. Na tua idéia
Se minha imagem retratou-se um dia
Foi como a estrela peregrina e pálida
Sobre a face de um lago...
Submited by
Poesia Consagrada :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1225 leituras
other contents of AlvaresdeAzevedo
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
![]() |
Fotos/ - | Alvares de Azevedo | 0 | 1.984 | 11/24/2010 - 00:37 | Português |
Poesia Consagrada/Conto | Noite na Taverna (Capítulo IV — Gennaro) | 0 | 2.098 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Noite na Taverna (Capítulo V — Claudius Hermann) | 0 | 2.556 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Noite na Taverna (Capítulo VI — Johann) | 0 | 1.941 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Noite na Taverna (Capítulo VII — Último Beijo de Amor) | 0 | 1.535 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Macário - Introdução | 0 | 1.485 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Macário - Primeiro episódio | 0 | 1.233 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Macário - Segundo episódio | 0 | 1.284 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Sombra de D. Juan | 0 | 1.348 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Na várzea | 0 | 1.252 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | O editor | 0 | 1.484 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Oh! Não maldigam! | 0 | 1.745 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Dinheiro | 0 | 1.439 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Adeus, meus sonhos! | 0 | 1.468 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Minha desgraça | 0 | 1.563 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Página rota | 0 | 1.285 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Noite na Taverna (Capítulo I — Uma noite do século) | 0 | 1.567 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Noite na Taverna (Capítulo II — Solfieri) | 0 | 2.053 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Conto | Noite na Taverna (Capítulo III — Bertram) | 0 | 3.112 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Panteísmo | 0 | 1.151 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Desânimo | 0 | 1.225 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | O lenço dela | 0 | 1.306 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Relógios e beijos | 0 | 1.581 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Namoro a cavalo | 0 | 1.692 | 11/19/2010 - 16:52 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | Pálida imagem | 0 | 1.335 | 11/19/2010 - 16:52 | Português |
Add comment