CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

GLOSAS XVII

17

Mortal, que teus mimos gosa.

Disputa co'a divindade.

Alta influencia amorosa,
Milagroso e doce lume,
Ah ! Tu convertes em nume
«Mortal, que teus mimos gosa:»
Mal que a alma sequiosa
Embebes na eternidade,
Mal que prova a immensidade
De almo, indizivel prazer,
Faz o que deve fazer,
«Disputa co'a divindade.»

Quantas fragrancias a rosa
Entre os Favonios aspira,
Tantos perfumes respira
«Mortal, que teus mimos gosa:»
Sobe á esphera venturosa
Onde tudo é claridade,
Muda ali de qualidade,
Todo o céo em si reune,
E não farto de ser nume
«Disputa co'a divindade.»

Sei que á morte pavorosa
Tambem feudo eu pago, eu dou;
Mas tambem, Marilia, eu sou
«Mortal, que teus mimos gosa:»
E' mais que todas honrosa,
Sublime esta dignidade,
Não pareça atrocidade,
Sacrilego atrevimento,
Se um, como eu, no pensamento
«Disputa co'a divindade.»

Ouve, Marilia formosa,
Composto de riso e neve,
Quanto ao mesmo Fado deve
«Mortal, que teus mimos gosa:»
Disse-me a voz estrondosa,
Que perpassa a eternidade:
«Tu, que estás na humanidade,
Como és de Marilia amado,
Vae, vae ser orgão do Fado,
«Disputa co'a divindade.»

Quanto (oh céos!) é milagrosa
Paixão, que adorar se deve,
E a quanto, oh Lilia, se attreve
«Mortal, que teus mimos gosa!»
Sonha a paixão amorosa
Que se despe a humanidade;
Jove deve ter piedade
Se commette doce engano,
Se audaz pensamento humano
«Disputa co'a divivindade.»

Submited by

segunda-feira, outubro 5, 2009 - 15:59

Poesia Consagrada :

No votes yet

Bocage

imagem de Bocage
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 14 anos 12 semanas
Membro desde: 10/12/2008
Conteúdos:
Pontos: 1162

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Bocage

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia Consagrada/Geral ENDECHAS II 0 1.102 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral RETRATOS I 0 1.121 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral RETRATOS II 0 1.157 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral QUADRAS I 0 1.170 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral QUADRAS II 0 814 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral QUADRAS III 0 1.464 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral TRABALHOS DA VIDA HUMANA 0 1.361 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ALLEGORIAS I 0 1.798 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS XI 0 873 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS XII 0 1.290 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral CANÇONETAS I 0 1.307 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral CANÇONETAS II 0 1.473 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral CANÇONETAS III 0 1.008 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS X 0 1.252 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS I 0 3.073 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS II 0 1.444 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS III 0 747 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS IV 0 1.002 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS V 0 1.337 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS VI 0 1.966 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS VII 0 848 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS VIII 0 1.481 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS IX 0 1.665 11/19/2010 - 15:54 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto Matinal 0 1.468 11/19/2010 - 15:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto da Porra Burra 0 2.183 11/19/2010 - 15:49 Português