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As Mães

AS MÃES

Gomes Leal Ó suaves mulheres, que ides cantando
através das searas e das vinhas,
vinde ouvir uma história, em verso brando,
que hei-de ensinar a ler às andorinhas.

É uma história florida como as rosas!
Quero contá-la aos vossos querubins,
pelo luar, às horas religiosas,
quando os cravos concebem e os jasmins.

Quero falar dum ente extraordinário.
trágico. meigo, místico, suave;
dum leão que morreu sobre um Calvário
e que deixou um testamento de ave.

Vinde escutar-lhe a história em Galileia.
seu suor, sua morte e seu lençol,
e quando electrizava a vil Judeia
com seus olhos brilhantes como o Sol.

Desoladas mulheres, que ides chorando
os maridos que vão para os degredos,
por alta lua, os filhos embalando
com seus olhos brilhantes como o Sol.

vinde buscar a cura a vossos males,
na narração das lágrimas, das dores
do que andava nos rios e nos vales
com os simples, os chãos, os pescadores!

Vinde ouvir como andava largos dias
nos lagos e baías prazenteiras
e electrizava as almas das judias
sob os seus véus, debaixo das palmeiras.

Vinde escutar as lástimas estranhas
das filhas de Sião de longas tranças;
como ele amava os lagos, as montanhas,
as pombas, os doentes, as crianças!

Vinde escutar seus prantos nos abrolhos,
nas montanhas seu verbo às multidões.
e, a expulsar dos demónios as legiões,
a forte luz terrível de seus olhos.

Ó suaves mulheres, que estais cantando
ao pôr do Sol, à porta, às criancinhas,
vinde ouvir uma história, em verso brando.
que hei-de ensinar a ler às andorinhas.

António Gomes Leal

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quarta-feira, abril 1, 2009 - 03:18

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AntonioGomesLeal

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