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Longe de ti para te encontrar


Sentado junto ao mar,
vou até onde o pensar desagua em ti.
O amanhecer visto daqui sem ti é aurora calada.
O areal é um coral de silêncio que me esconde o sorriso.

Cada grão de areia
é uma palavra dormente.
Nem a imaginação sabe abraçar
esta maresia sucumbida à tua distância.
O dia passado aqui sem ti é maré ferida.

É calor escutado em sede severa.
Vento de vozes nuas onde meus olhos não te tocam.
Nem a brisa sabe por qual rosa-dos-ventos te procurar.

O pôr-do-sol visto daqui sem ti,
é sobra de um sol que nada vale nesta saudade.
Uma orla de gaivotas desenha teu rosto no horizonte.

Caio sobre esta angústia
com que escrevo teu nome na areia.
Nem o mar sabe quão salgada é a lágrima que deixaste.

É lugar de luas em tons longe de ti.
A noite vista daqui sem ti é mera sombra.
É escuro que me entaipa nesta ausência do teu corpo.
Nem as estrelas sabem o infinito onde chora minha alma.

Sentado junto ao mar sem ti,
sou búzio infeliz em ondas de sonhos difíceis de sonhar.

Sentir a vida aqui sem ti
é um poema de pernas pró ar.
Praia deserta de uma ilha por habitar.
Sinfonia sem maestro no sargaço dos sentimentos.
Nem o cume da montanha sabe por onde olhar para te encontrar.

 

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domingo, maio 15, 2011 - 02:50

Ministério da Poesia :

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Henrique

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