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ÁCIDA GENTE SULFÚRICA
Marcha urbana degradada,
pessoas somadas em desprezo apático.
Obra inacabada como árctico polar dos olhos.
Violências braçadas por encalhos em verbo egoísta.
Ceia proibida, assediada por fomes desdramatizadas.
Tamanhos prenhes de minúsculidades.
Aparências sem oportunidade de parecer.
Desconhecidos condenados a conhecerem-se estranhos.
Sincronização ilógica, as horas
como tintas mártires a pintar o tempo sem cor.
Gincana de pontos impontuais,
bichento desnorte a gingar os trópicos quotidianíssimos.
Total mundano,
víboras alheias ao rastejo das noites
como esconderijos dos frios e das insónias.
A rua morta,
janela à porta do fim do mundo.
Cofragens agendadas ao impossível.
Mão incompleta.
Acelerações como meta súbita.
Genética sem cura estética a remover o ideal.
Mochila cheia de passos contrafeitos
às costas dos trânsitos destravados do stress.
Traço destroçado como andamento em sorna fuga.
Estratagema sem higiene mental.
Retratos de maus-tratos como naco ácido
de gente sulfúrica a desassorear a alçada do céu.
O barulho como álcool das sombras
que agonizam as discrepâncias dos arranha-céus.
Açorda de candeias apoquentadas pelos lápis do silêncio.
Vivacidade que a cidade vive parada.
Impasse incongruente a manipular os pulos
que as vírgulas adubam por entre a dicção das palavras.
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