ÂNCORA EM ESPÍRITO ÂNFORA

Odisseia galdéria,
paisagem etérea da alma.

Onde o corpo não cabe e o tempo
não corre.

Lugares imaginários de árvores
ao contrário.

Forro por onde se desembaraça a distância.

Âncora em espírito ânfora.

Asas de azos sombras,
iluminados fogos de velhice.

Cor em bússola.

Norte e sul racham o meio de nada.

Caminhar em casa de ninguém.

Versado deserto
em areia solta nas palavras áridas.

O olhar pelas mãos em refúgio.

Momentos oásis
na sede do caminho interior.

Relógio sem mecânica
no pulsar dos infinitos em flor.

Raízes em solo de inverno na saudade.

Escada como cavalo possante.

Dorso engaiolado
por entre os seios fartos das montanhas.

Ossadas que ladram covas
sem dono num poema sem sono.

Sem palavras para as palavras.