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ÂNCORAS DO SILÊNCIO


Adormeço.
Aconteço náufrago.
Chegado filho de quem partiu.
Deixado homem de quem nunca me viu noite.

Caminho açoite de véus em pranto,
de negro branco pendurado ao peito.

Garrafa atirada ao mar.

Pequeno eu deformado, trovão de nó desatado,
desenrolado de mortalhas dúbias.

Caio banal,
ensaio sujeito de pouco
rachado ao meio a custo louco.
Entrecruzo distâncias, céus e ânsias.

Gota de chuva à deriva por jardins de musas,
gaivota de mil ilhas.

Como um barco de vários nomes esculpo o mar
com bússolas ingénuas.

Culpo o tempo que me falta,
insulto o timbre insano do sol
que me escreve no grito do seu pôr.

Choro lágrimas
que são pombos correio
levando mensagens da alma para moradas incertas.

Moradas de ninguém.

Cartas abertas sobre mãos
de nevoeiro padrasto do meu estar.

Cartas lidas por olhos
de lua madrasta de uma canção desesperada.
Palavras de pedra irada no passo de um poema ateu.

Tornei-me praia deserta, areal inquieto.
Hesito entrar pelas saídas de hábitos antigos.

Sonho como um barco de vários nomes
lançado às âncoras do silêncio.

Ternuras severas fazem poças de tempestade.

Vozes de saudade
alcunham temores ao vento,
calam desejos que vogam pelos penhascos dos meus olhos.
 

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sexta-feira, abril 22, 2011 - 23:19

Poesia :

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Henrique

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