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ABDÓMEN DAS PALAVRAS


Quero manipular as palavras, humilhá-las.
Baralhá-las passo a passo na eira do impossível.

Arrancá-las do imaginário, caminhar sobre os seus silêncios.
Escondê-las surdas nas suas próprias curvas, absurdas.
Domesticá-las para que sejam só minhas, egoístas.

Coreografá-las para serem o meu palco,
para serem as armas com que calco o meu fundo.

Quero trazê-las visíveis no corpo, despidas.
Dar-lhes sentidos desentulhados, torná-las apetecidas.

Aperfeiçoar o abdómen das palavras
em tiro certo, limpo.

Tê-las nas mãos como correntes
de um rio calmo, entrar com elas no Olimpo.

Margens ligadas por pontes de verbo ser,
acontecer aos montes.

Habitar esses verbos indomáveis de corpo e alma,
deixá-los fluir da veia da voz em fontes vítreas.

Quero construir fortes
com as palavras, murar-me delas
na bifurcação das noites, açoites de insónia.

Pontapear com elas o escuro pousado a meu lado,
fazer ser delas o zénite no cume dos meus momentos.
Descontar delas mil sentimentos, outras tantas loucuras.

Arrumá-las numa estalada,
esbofetear o tempo com os beijos delas na minha boca.

Que os lábios das palavras sejam
um ramo de sois nascentes no meu pensar.

Que os seus eclipses sejam
uma cascata de luares durante os meus sonos.

Acordado.
 

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quarta-feira, junho 1, 2011 - 01:39

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Henrique

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