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ADEUS A DOIS …

O teu choro é um rio de lama e cinza,
um jorro de indizíveis cores,

um relâmpago de violentas chicotadas
a eclipsar-me o sol e a lua da alma.

As tuas dores são cegueiras que me empurram
para os abismos das tuas penumbras.

As tuas lágrimas são pregos que me pregam ao chão,
vidros quebrados pelo não que o teu olhar cospe,
espinhos afiados por suspiros angustiantes.

A tua tristeza é o fio de uma navalha semântica
por onde a expressão das minhas palavras se passeia
em eco picotado pelos poços sem fundo do teu silêncio.

O teu dar-me amor é um pântano
de geleias pegadiças a rendições presas
a um passado acorrentado por adornos de medo.

Musa infestada de solidão,

que em pranto estagnado te escrevo afastada
das arritmias que em branco me encardam a alma
com insónias que me fazem o sorriso desfeito em nada.

Coberto de morte, o frio fúnebre do teu corpo
é o alfaiate que me faz e veste a rota roupa da noite
com as medidas que se arrojam sem ti pálidas no meu corpo.

O deserto do nosso a dois, é o carrasco
que degola o pescoço das procuras que as minhas mãos
de ti cantarolavam e as minhas sinas sobre ti estampavam.

A tempestade insípida do nosso beijo,
fustiga-nos de bonança o desejo.

O adeus de ti,

é um aceno inanimado do tempo, um momento
sepultado num ninho de serpentes que envenenam
de raiva a saudade que a nós se enrosca na nossa cama…

… vazia de nós num adeus a dois.

.
.
.
.

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segunda-feira, março 4, 2013 - 21:13

Poesia :

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Henrique

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