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ADIVINHAR OS VENTOS


Voar o céu.
Murmurar a independência dos pássaros.

Ser livre.
Diamante lapidado pelas próprias mãos.

Estender a alma pela curva do horizonte.

Viver.
Trazer nos olhos a fonte do ser.

Saber de côr a poesia das marés.

Entender o tamanho do mundo.

Navegar o mar desde o seu profundo
até à sua total imensidade.

Tactear os pés dos continentes.
Aprender as gentes.

Adivinhar os ventos.
Deixar os momentos à deriva sem desnorte.

Caminhar pelo colo da terra.
Concluir a rosa-dos-ventos num só norte… Amar.

Ser melhor que tudo.
Maior do que o universo.
Mais incontável que todas as estrelas.

Contornar o máximo de esquinas
que o labirinto do infinito possa ter.

Unir os impossíveis num puzzle de possíveis.

Saciá-los sorvendo o azul do céu.
Moldar o inesgotável na cor dos nossos olhos.

Poema em ponte sem vertigem.
Saber ser o caudal do rio do tempo.

Ser as margens da corrente sem miragens.
Abolir os sentimentos das nascentes da sede.

Domar o pulso das horas.
Dar voz ao silêncio das suas voltas.

Conquistar a perfeição da lua.
Ter no corpo soltas as fases do luar.

Na boca palavras de amar
como água que alimenta o fogo.

 

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domingo, julho 10, 2011 - 22:48

Poesia :

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Henrique

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