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Alba Atroz / Panda Crónico

Alba Atroz / Panda Crónico

Voltar a casa com dinossauros na vidraça
Pingos velocistas a escoarem o que se (des)fez
Avalanche imagética no som que me abraça
Desintegro-me locomotivo num Sonho Siamês.

Querida transparência, grisalha profetisa da desgraça
Porquanto conjuro idos videntes de outro Dezembro transiente.
Mas mudam-se as mudanças, mais fixas, flocos indeléveis,
Os ecrãs prateados, estáticos, canções de embalo agora férteis
E devaneio-me - elíptico - evangelho de um Natal descendente...

Mesmo ao súbito relance que aparta o tacto e a plataforma
Sem sapatos na neve, quarentenado num mundo de mim tingido,
Descalço para me afundar no pranto que me toma a forma.
Como se açúcar pela gémea signa entre fantasma e solo
Mentira branca para escutar murmúrios de querubins caídos.
Em passos lassos, sou um vulto que se derrete por todo o lado
Um Midas que se repete homem gelo em cada fitar alvejado.

Retrocede o filho pródigo, berço aleatório a bater à porta de entrada,
No alpendre ecotonal, precipitação nostálgica que lhes colora a cabeça.
Verdade dita, sou só despojos que se desmantelam de pára-quedas.
Desde logo uma barreira invisível com as bocas residentes da fortaleza
E já no seio, véus feitos peitos recíprocos de pedestais falidos.
Sou a dor do membro espectral nestes quatro glaciares disjuntivos.
São-me as batas brancas alheias ao indizível Inverno dos sentidos.

Olá letargia e vejo-me a entrar de costas no quarto.
Um cupido reminiscente de fantasiar nesta incubadora,
Caixotes com brinquedos quebrados e memórias de parto, 
Uma década mal empacotada nesta preguiça sonhadora.
Adeus Alice (nunca disse) e fico a brincar com as sombras dos destroços
Permanece a decorrer, mais forte, um passado de que guardei os ossos.

Desabo de bruços numa tarde de cobertores animados.     
Cedo, as paredes claras a expirarem tulpas de outrora
E este lugar uma maternidade de mitos retornados,                     
Com monstros a pensarem fora da caixa a despeito da hora,
Os não domados a migrarem do âmago para debaixo da cama.

Confesso, ainda durmo com escuridão de presença.
Repentinos pigmeus imediatos gigantes entram pelo rodapé
Todas as criaturas a trote do elefante no quarto…
Minguante num medo cheio que me varre ao pontapé!

Pega-se o claustro à fobia da pelúcia rapsódico-delirante 
E culmino um canto deuteragonista a encarar Himalaias,
Quando temo o suficiente para não amar bastante
E deixo estalagmites hibernarem o coração de praias.
Até acordar noctívago no meu lado da trama
Um cachecol desabitado sem pescoço para ofegar.

Aconteceram estações a viajar-me o pueril para um novo espaço.
Tezes sem conta, um expresso almofadado a refutar o alvo asfáltico,
Sem ousar pisar o centro, um dormitório em tudo o que faço
Sublime na arte de ser o pó cataléptico que mobila o ático.

Para o alpendre e tento rever(ter)-me no que desejo.
Luzes cintilantes como estrelas e peço-me cadente:
Não quero ser um final frio a languescer no pólo do último beijo!
Não posso ser um trenó a deslizar desde as traseiras da mente!
Por muito que os meus botões me mesmerizem as chegadas
Não vou significar na ambiguidade de últimas palavras!

(31-07-2013)

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quarta-feira, julho 31, 2013 - 23:50

Poesia :

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Fran Silveira

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