CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Alba Atroz / Panda Crónico
Alba Atroz / Panda Crónico
Voltar a casa com dinossauros na vidraça
Pingos velocistas a escoarem o que se (des)fez
Avalanche imagética no som que me abraça
Desintegro-me locomotivo num Sonho Siamês.
Querida transparência, grisalha profetisa da desgraça
Porquanto conjuro idos videntes de outro Dezembro transiente.
Mas mudam-se as mudanças, mais fixas, flocos indeléveis,
Os ecrãs prateados, estáticos, canções de embalo agora férteis
E devaneio-me - elíptico - evangelho de um Natal descendente...
Mesmo ao súbito relance que aparta o tacto e a plataforma
Sem sapatos na neve, quarentenado num mundo de mim tingido,
Descalço para me afundar no pranto que me toma a forma.
Como se açúcar pela gémea signa entre fantasma e solo
Mentira branca para escutar murmúrios de querubins caídos.
Em passos lassos, sou um vulto que se derrete por todo o lado
Um Midas que se repete homem gelo em cada fitar alvejado.
Retrocede o filho pródigo, berço aleatório a bater à porta de entrada,
No alpendre ecotonal, precipitação nostálgica que lhes colora a cabeça.
Verdade dita, sou só despojos que se desmantelam de pára-quedas.
Desde logo uma barreira invisível com as bocas residentes da fortaleza
E já no seio, véus feitos peitos recíprocos de pedestais falidos.
Sou a dor do membro espectral nestes quatro glaciares disjuntivos.
São-me as batas brancas alheias ao indizível Inverno dos sentidos.
Olá letargia e vejo-me a entrar de costas no quarto.
Um cupido reminiscente de fantasiar nesta incubadora,
Caixotes com brinquedos quebrados e memórias de parto,
Uma década mal empacotada nesta preguiça sonhadora.
Adeus Alice (nunca disse) e fico a brincar com as sombras dos destroços
Permanece a decorrer, mais forte, um passado de que guardei os ossos.
Desabo de bruços numa tarde de cobertores animados.
Cedo, as paredes claras a expirarem tulpas de outrora
E este lugar uma maternidade de mitos retornados,
Com monstros a pensarem fora da caixa a despeito da hora,
Os não domados a migrarem do âmago para debaixo da cama.
Confesso, ainda durmo com escuridão de presença.
Repentinos pigmeus imediatos gigantes entram pelo rodapé
Todas as criaturas a trote do elefante no quarto…
Minguante num medo cheio que me varre ao pontapé!
Pega-se o claustro à fobia da pelúcia rapsódico-delirante
E culmino um canto deuteragonista a encarar Himalaias,
Quando temo o suficiente para não amar bastante
E deixo estalagmites hibernarem o coração de praias.
Até acordar noctívago no meu lado da trama
Um cachecol desabitado sem pescoço para ofegar.
Aconteceram estações a viajar-me o pueril para um novo espaço.
Tezes sem conta, um expresso almofadado a refutar o alvo asfáltico,
Sem ousar pisar o centro, um dormitório em tudo o que faço
Sublime na arte de ser o pó cataléptico que mobila o ático.
Para o alpendre e tento rever(ter)-me no que desejo.
Luzes cintilantes como estrelas e peço-me cadente:
Não quero ser um final frio a languescer no pólo do último beijo!
Não posso ser um trenó a deslizar desde as traseiras da mente!
Por muito que os meus botões me mesmerizem as chegadas
Não vou significar na ambiguidade de últimas palavras!
(31-07-2013)
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1235 leituras
other contents of Fran Silveira
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Soneto | Azul Perfeito (Mondrary Fields) | 0 | 67 | 02/20/2025 - 23:40 | Português | |
Poesia/Desilusão | Aurora | 0 | 62 | 02/14/2025 - 23:37 | Português | |
Poesia/Amor | Um Quarto | 0 | 154 | 12/07/2024 - 01:17 | Português | |
Poesia/Haikai | Ex-Haiku Do Além | 0 | 362 | 06/11/2024 - 09:20 | Português | |
Poesia/Comédia | Eu Somos, Eles É | 0 | 359 | 06/11/2024 - 09:12 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Como Voltar Um Lugar A Mim? | 0 | 1.238 | 12/28/2018 - 21:00 | Português | |
Poesia/Meditação | Horror Ao Vazio | 0 | 1.373 | 05/08/2018 - 05:18 | Português | |
Poesia/Comédia | Super-Pouco (Dêem-me Um Pouco De Atenção, Por Favor, Se Faz Favor) | 0 | 1.656 | 03/14/2017 - 23:07 | Português | |
Poesia/Paixão | Adoração | 0 | 1.477 | 02/25/2017 - 12:48 | Português | |
Poesia/Pensamentos | (Turquesa '98) | 0 | 1.120 | 12/29/2016 - 07:09 | Português | |
Poesia/Fantasia | Avelãs & Libélulas | 1 | 1.071 | 12/08/2016 - 13:53 | Português | |
Poesia/Amor | Ganchos | 0 | 1.117 | 10/26/2015 - 03:13 | Português | |
Poesia/Fantasia | (En)Canto Do Cisne Laranja | 0 | 1.390 | 11/23/2013 - 02:57 | Português | |
Poesia/Paixão | 14 | 0 | 1.358 | 11/11/2013 - 01:12 | Português | |
Poesia/Paixão | Quimono Circunflexo | 0 | 1.301 | 11/01/2013 - 03:28 | Português | |
Prosas/Pensamentos | Espiral | 0 | 1.359 | 08/16/2013 - 01:44 | Português | |
Prosas/Pensamentos | Ecrã | 0 | 1.241 | 08/15/2013 - 20:42 | Português | |
Poesia/Fantasia | Alba Atroz / Panda Crónico | 0 | 1.235 | 07/31/2013 - 23:50 | Português | |
Prosas/Pensamentos | Transcorrer | 0 | 1.300 | 02/11/2013 - 00:31 | Português | |
Prosas/Outros | Manifesto Depurista | 0 | 1.099 | 02/09/2013 - 17:29 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Memento Mori | 0 | 1.192 | 11/29/2012 - 04:25 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Rosa Em Azul | 0 | 1.094 | 10/28/2012 - 20:22 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Lanterna De Papel | 3 | 1.187 | 10/15/2012 - 22:41 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Anos De Chocolate | 1 | 1.196 | 10/06/2012 - 16:17 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Palavra Puxa Silêncio | 0 | 1.003 | 10/06/2012 - 15:13 | Português |
Add comment