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AMOR DE SEXTA-FEIRA 13

De mim,
resta o cadáver
que embalsamaste
com as florestas densas dos teus nãos.

Sinto-me lixo
que atiras à tua ausência
na derrocada do meu rosto
cara a cara com a tristeza do teu adeus.

Nas tuas horas,
sou meia-noite de badaladas caladas.

Sepultaste-me
o sorriso na saudade
que desconheces no nó
que o vazio aperta no teu suspeito amar-me.

Gelas-me
os passos até a ti
dama de pedra fria
que outros em ti defuntos outrora
te ensinaram estranhas formas de amar.

Escavas
em mim poços de ódio
onde já não tens corda para me puxar.

Largaste
os poemas que te escrevi
aos abismos das silhuetas prometidas
baixinho ao ouvido em murmuros cúmplices.

Fazes
chorar os meus olhos
como que se fossem mananciais
de água límpida que a tua sede rejeita.

A carne
pertence à carne
mas tu vives sozinha
no osso da tua cegueira egoísta.

Quiseste
ser em mim
a vastidão do mar,
mas escondes as ondas
no teu abandono deixando-me
o corpo marear menino em solo de rocha dura.

Calas-me
a voz do corpo
com nojo de mim
confessado na morte dos teus olhos.

Pintas
os lábios de fim
com tons de distância espontânea.

Veste
de sombra
os pensamentos
que entre nós fazem fronteiras de vento
com cercas o meu fogo numa gaiola de luares.

As salivas
que em nós abriram
champanhes de paixão,
hoje são cardos que envenenam
serpentes que estrangulam os nossos beijos.

Apodrecem-me as mãos
no socorro da alma que ouves invisível.

Todo o sol
que de mim sai,
cai em ti tragédia omissa
no silêncio do teu afastamento.

Todo o amor
que por ti brilhava em mim,
eternizaste-o sexta-feira treze
na cruz negligente do teu desejo
hibernado na raiva de amor de ambos.

Submited by

quinta-feira, agosto 12, 2010 - 01:10

Poesia :

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Henrique

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Offline
Título: Membro
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Comentários

imagem de Rui Lima

o que o amor pode

o que o amor pode fazer...

Tanto pode ser tudo de bom.

Como o mal encarnado no espírito...

Belo poema.

um abraço,
Rui Lima

imagem de MargaridaRibeiro

Re: AMOR DE SEXTA-FEIRA 13

Era uma vez o que brilhou nos lábios em par. Mas nem sempre perdura além dos ciclos de lua e do sol os abraços no espanto de serem um abraço só. Acaba a aventura do rosear rubro por um punhal de dentes ferozes. E não é sempre assim tantas vezes?

Um dia habitará, talvez no dia do Outono, uma Primavera onde as asas saberão voar e poisar, sem magoar os ramos que se estendem, vulneráveis, mais perto do repouso Invernio.

Gostei do teu poema.

:-)

imagem de Tiger

Re: AMOR DE SEXTA-FEIRA 13

Sepultaste-me o sorriso na saudade que desconheces no nó que o vazio aperta no teu suspeito adomar-me.

Esse verso tocou-me a alma, mas todo o poema é digno de ser destacado. Gostei muito de ler
Bjos

imagem de Gloriosa

Re: AMOR DE SEXTA-FEIRA 13

Citando:

Sepultaste-me
o sorriso na saudade
que desconheces no nó
que o vazio aperta no teu suspeito amar-me.

Profundo!!!

:roll:

Gostei!

imagem de apsferreira

Re: AMOR DE SEXTA-FEIRA 13

"Todo o sol
que de mim sai,
cai em ti tragédia omissa
no silêncio do teu afastamento"

É amor de sexta-feira 13,
mais um belo texto de Henrique.
Gostei, muito, de ler.
:-)

imagem de Angelo

Re: AMOR DE SEXTA-FEIRA 13

caro amigo Henrique:
Para este amor em sexta-feira 13, só tenho uma palavra para a classificar, Soberba.
Um abraço Melo

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