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AMOR EM ACTO XIS
Poema,
concepção trágica do tempo.
O amor em sossego, sem acto.
Bonança x-acto, incógnita.
Cidade traída,
o corpo sem razão,
ossadas azoinadas pelo lábio eterno.
A geografia do desejo em arrasto, vogal extensa.
A cor da língua em sede, o resto é mundo.
O mar como flor ainda em botão.
Olhos em nascimento,
os arredores incompletos da palavra.
Objecto,
a pintura imóvel,
soletrares em sobressalto.
Luar alto,
fossilizado na veia da terra,
encontro achado numa serei sem cauda.
Cantares mudos,
silêncios carnudos, espessos.
Lápis que desenha as pétalas em véu.
O céu como chão,
a comichão do verso desenfeitado.
Dizer poeta,
escutar repentino,
alfabeto de umbrais retortos.
Cemitério sem mortos,
cem vidas na minha mão,
o segundo da boca em milhões de anos.
Filantrópicas carícias de ar livre, o meu xis.
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