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Aquela velha história sempre tão mal contada
Vacilastes com seus próprios pés
O leite foi derramado
Nem adianta chorar lágrimas de crocodilos
E abrir os olhos na escuridão
Porque agora já era.
Aquela velha história sempre tão mal contada
Faz parte de subterfúgios esdrúxulos
Que nem vale a pena ficar lembrando.
Enganas o incauto, o ingênuo
Puxa o tapete dos imbecis
Que vivem a lhe bajular.
Às águas do rio estão a secar
E os transeuntes tropicam nos paralelepípedos
Que se soltam com o tempo
E os ipês estão floridos
Porque chegou a primavera.
Houve um tempo não tão distante na memória
Que as mulheres conversavam nas janelas
E as crianças brincavam de pega-pega nas calçadas
Os carroceiros meneiam a cabeça
Como se o mundo pertencesse a eles.
Um homem esbraveja na vendinha da esquina
E os cachorros latem
Na captura de um gato que se esconde no jirau
Encoberto pelas folhas do maracujá
Nos dias de sol
Apenas mais uma velha história mal contada
Que não quero nem saber
O final.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense
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