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AZEDAS TETAS DA REALIDADE …

Grito palavras que me dizem,
que me ecoam e me contradizem,
que trucidam e amordaçam o silêncio do meu ser.

Esbofeteio as ventas do tempo
com másculos gestos que maniatam
os irrequietos suspiros da minha solidão.

Despisto os suores do corpo
por entre os troncos de uma insónia
suspensa nos barulhos da madrugada.

Lágrimas de dores vivas e frias.

Jorros de vazias horas
e choros sem rosto sobre altares de nada
onde morrem os meus melancólicos olhares.

Excêntricos caos como boémias peugadas
dos meus andares.

Inundações de gatafunhos,
rascunhos de sombras da cor da sombra.

Indizíveis beijos
em que desmaio louco sem insanidades.

Inexatidões que me elevam a alma.

Desejos sem calma como para-raios de trovões

que a tempestade do meu pensar cospe
sobre as línguas insípidas e mudas do meu amar.

Panorâmicas indominadas,
ignorações como fachadas de cornos e lumes brandos.

Pontes para nenhures arqueadas,
fontes bizarramente pontapeadas por sedes
que jazem na claustrofobia de caixões de betão urbano.

Sonhos deslocados para jusantes desmamados
de azedas tetas da realidade.

.
.
.
.

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sábado, junho 22, 2013 - 20:36

Poesia :

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Henrique

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