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A Besta
Robusto de mente
Mas frágil no sentir,
Tanto erro já cometi
Mas não consigo fugir.
É algo que me puxa
E não me quer largar,
Mas sinto-me bem assim
Não me quero eclipsar.
Penso permanecer
Até o teu coração roubar,
Pois a Besta que sou
Pode passar despercebida,
Embora por pouco tempo.
Basta conheceres-me um pouco
E amansas o selvagem,
Mas o bicho é traiçoeiro
E facilmente sai da toca,
Depois de um longo período de hibernação
Está de volta para te raptar
E devorar o teu coração.
Dando dentadas sem parar
Chupo o suculento sangue
E permaneço insano.
Nesta vida desgrenhada
E neste mundo de miséria
Caíndo na emboscada
Talvez por ti preparada
Para me capturar,
E com o meu reino de horror parar
Para poderes descansar
E eu, a apodrecer ficar
E tu uma festa celebrar.
Mas não contes com isso
Pois a escuridão é minha guia
E a morte minha ajudante,
Nesta batalha constante
Que pretendo vencer,
A todo o custo, viver
Pois sou alguém que não pode morrer
E extremamente estúpido para o fazer.
Escuridão, Sangue, Almas infernais
Vinde e rodeai-me,
Juntai-vos a mim queridas amigas
Apenas vós me entendeis
E sabeis como é ser apedrejado,
Várias vezes enforcado,
Em muitos dias baleado
Como nenhum outro ser
Alguma vez foi.
É penar!
É para isso que trabalho
Mas não me querem pagar,
Um pouco mais vou ter de esperar
E a mim mesmo vergastar
Até que me venhas salvar,
Pois estou a contar com isso
Há já tempo demasiado
E embora não o tenha pedido
Foi-me por ti
Uma vez prometido.
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