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CALADO SILÊNCIO
Em silêncio, sou a cara da noite,
açoite inquieto por onde o pensamento voa.
O tempo endurece nas veias do meu pensar.
As horas são como búzios
nas profundezas do mar que sou
onde ouço as imagens ocultas do meu sentir.
Quanto sinto, são pedras
que rebolam abstractas no meu sorriso
como espelho partido rebata mil frases de mim.
Calado, sou a voz de credos
em verde quebradiço tal vidro frágil
me proteja a alma das bofetadas da tristeza.
Mãos como espantalhos
numa ceara de embaraços cujos laços
que me calam o gesto dos olhos com lágrimas.
Nó em pranto que me desenha no peito sinas sinuosas.
Brisa de ar imperfeito
que pinta a eito sombras em prosa
pelo chão insano que finta a sede da minha língua.
Vultos que se eriçam em gumes
de oco retalho como atalho num labirinto
descurvado em sonho tal arco-íris se dissolva na boca.
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Poesia :
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