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CARÊNCIA À QUEIMA-ROUPA

Destravo-me tentado à nudez das palavras.
Dor cega… Amar esquecido.
Missiva de saudade sem destinatário.
Pesadelo que despe os olhos… Pânico que move a sombra.
Destroços de um esquema de mãos solitárias.
Desejo despropositado, depositado em pranto.
Início vago… Vicio lotado de raiva.
Utopias ócias… Detonadas por lugares vazios.
Lugares de abrigo inconsciente, atarantado, dramático.
Alma sem pódio, alma que se sente última.
Iniciação reinventada, gargalhada em jus de ódio.
Alma descoberta nos tiques de alucinação do corpo.
Prumos maléficos, desastre de escritas em tempestade.
Linguagens raras, dizer que falece algures perdido,
algures achado como catástrofe hedionda.
Carência à queima-roupa… Pecado desabotoado.
Demónio desvinculado dos sonhos.
Zombie acomodado à cova no lume boémio das noites.
Restos escondidos na imortalidade.
Arestas mortais, rasto negro, lágrimas feitas de rum.
Insónia que retrata a perda… Reviravolta, chama sabotada,
sentimentos sem máscara, entrega anárquica.
Anonimato que desaparece… Soletrar malévolo.
Suspensas trevas opacas… Sarcasmo que aponta o fim.
Oco… Rim de filosofia em sarilhos.
Orgia de pés empecilhos.
Olhar perverso.
Universo.
Magia.

 

 

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quarta-feira, fevereiro 1, 2012 - 23:20

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Henrique

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