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CARMA TRÔPEGO PELA ESCADA DA HORA
O infinito é fogo que arde
como formigueiro em verbo ir.
Jornada estirada em silêncio
como rua sem tecto por onde calcorreia a trova.
Espaço de mil orelhas como labareda
por onde os olhos roubam a sombra do corpo.
Santuário de enredos
como purgatório do gesto das mãos
que falam as pedras como dor estática de ser mortal.
Bafo que queima grama a grama
as vírgulas do esqueleto do arco-íris
no encalço à geografia da imortalidade.
Rasto que vocifera em fatias
mais finas que uma folha de papel em branco
a música humana que engrossa os corações de querer.
Bater que sobe em paixão.
Carma trôpego pela escada da hora
que se escapa por entre os dedos do poema.
Musa que esconde a eternidade
no jorro da saliva das suas entrelinhas como seios
amamentem o desenrolar da língua com metais preciosos.
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Poesia :
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